“A política econômica deste Governo se apoia em três pilares: cortar investimentos, retirar direitos e pedir tempo para que dessa combinação trágica surja algum resultado”, denunciou o senador Humberto Costa (PT-PE), na tribuna do Senado. Para o líder da bancada do PT no Senado, “estamos no nono mês de uma gestão que nada fez de concreto para redinamizar a economia, para reduzir a marca de 13 milhões de desempregados, para assegurar a renda dos trabalhadores, para impedir que a pobreza e a miséria avancem”.
Também no plenário do Senado, o senador Paulo Paim (RS) alertou para as consequências econômicas e sociais dos crescentes cortes de direitos dos trabalhadores. Para ele,”retirar do salário mínimo a correção pela inflação, mais o PIB, e desvincular até o crescimento real”, só pioram a situação. “O crescimento real do PIB já desvincularam, mas querem retirar até a recomposição do salário mínimo devido à inflação. Citando entrevista do professor norte-americano Jeffrey Pfeffer, no Valor Econômico, alertou para a necessidade de reverter a lógica de que o que importa, acima de tudo, é apenas o lucro dos acionistas.
A indústria naval, restaurada por Lula, foi devastada por Temer e agora por Bolsonaro, lembra Humberto. “Ambos acabaram com os nossos estaleiros e dizimaram milhares de empregos. O Atlântico Sul, em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, por exemplo, reduziu a quase zero às suas atividades, acumulando a demissão de mais de 3,4 mil trabalhadores nos últimos 12 meses”. Ainda segundo Humberto, por conta da política entreguista, o governo está destruindo a Petrobras e as suas subsidiárias, entre elas a Transpetro, responsável pela aquisição de vários navios-petroleiros.
Humberto destacou ainda o ataque ao setor sucroenergético, outra medida tacanha de Bolsonaro adotada para agradar os americanos, que elevou a cota de importação de etanol para 750 milhões, com graves prejuízos ao Nordeste. “É um setor que emprega mais de 300 mil trabalhadores em cerca de 250 municípios e será inundado pelo etanol americano, que vai entrar aqui em condições extremamente favoráveis, em prejuízo da indústria nacional. Isso “é inaceitável”, disse Humberto.
A situação que já é grave tende a piorar com política fiscal adotada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que impede investimentos públicos e dificulta a retomada do crescimento econômico. O governo quer deixar de garantir o repasse de recursos para educação e saúde – áreas cujas despesas são obrigatórias – para gastar a seu bel prazer e conveniência. É um erro grave deixar na mão da tecnocracia da equipe econômica a decisão de onde investir os recursos públicos, avaliam especialistas econômicos.
Nas condições atuais, alerta Humberto, não virá nenhuma melhora na condição de vida da população. “No ritmo em que as coisas estão, nós levaríamos 13 anos para reocupar essas pessoas que hoje estão formalmente desempregadas. Isso, sem contar com o trabalho informal, que bateu recorde e já supera 40% da população ocupada”, adverte Humberto. “Quanto mais tempo este Governo tiver, menos investimentos e menos direitos haverá. É por isso que ele tem de acabar o quanto antes”, sinaliza o líder petista.
Por PT no Senado