Após prometer retomada econômica, Guedes nada fez em nove meses

Apelidado de ‘Posto Ipiranga’, ministro é incapaz de reaquecer a economia e só retirou direitos do povo; com o país estagnado, ele é mais um ‘estelionato eleitoral’

Alan Santos/PR

Bolsonaro e Guedes

Reprovado por milhões de brasileiros, ridicularizado fora do país e ineficiente para combater os principais problemas do Brasil, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) é um verdadeiro desastre. Entre tantos pontos negativos, é evidente a incompetência da atual gestão para reerguer a economia brasileira. Liderado por Paulo Guedes, o Ministério da Economia se mostra cada vez mais confuso e desorientado, prejudicando o trabalhador, criando novos impostos e atrapalhando o crescimento.

O atual cenário é muito diferente daquele prometido durante a campanha eleitoral de 2018. Junto com Bolsonaro, Guedes se apresentava como solução para a economia brasileira. Para os empresários que sabiam da ignorância de Bolsonaro na economia, o ministro dizia ter a resposta para todas as incertezas econômicas do Brasil, e ganhou até o apelido de Posto Ipiranga. Vemos hoje que ele não tinha nenhuma solução para os problemas do país.

Em menos de 1 ano de governo, já é evidente que os planos do guru econômico de Jair são surreais. Em entrevista à BBC Brasil, o ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman explica a desilusão com o atual ministro: “Ele era meio showman. Comentava que quando tivesse um governo liberal ia mudar tudo. E o pessoal vibra quando você fala em cortar imposto, cortar gastos. Mas na vida real a coisa é mais complicada”.

O economista Wilber Colmerauer, sócio-fundador da consultoria financeira EM Funding, enfatiza a decepção com os péssimos resultados apresentados até agora: “A grande frustração de investidores do mercado é justamente perceber que economia está indo para nenhum lugar. Havia grandes esperanças de ter uma recuperação econômica. O governo tinha expectativa de que ia conseguir fazer uma série de coisas rapidamente para aumentar o nível de investimento e muito pouco aconteceu”, afirmou à BBC Brasil.

Entre tantas promessas e propostas, se destacam os ataques aos direitos dos trabalhadores e soberania e projetos inalcançáveis, dignos de um verdadeiro estelionato eleitoral:

Quitar o déficit primário em 2019

 

Durante toda a campanha eleitoral, Guedes prometeu zerar o déficit das contas públicas logo no primeiro ano de governo. Em 2018, a equipe econômica previa déficit primário de R$ 139 bilhões para 2019. Apesar do número descomunal, Bolsonaro prometeu cortar despesas e reduzir renúncias fiscais. Seu guru econômico estabeleceu a meta de eliminar o déficit em 2019 e ter superávit a partir de 2020.

Fora do mundo imaginário de Guedes, a perspectiva de futuro é muito diferente. Mansueto Almeida, secretário do Tesouro Nacional, afirmou que o mandato inteiro de Bolsonaro terá déficit primário, e que “só devemos voltar a ter superávit em 2023”. Schwartsman afirmou que era óbvio o fracasso dessa proposta: “É uma impossibilidade matemática. Aparentemente ele não tinha entendido que mais de 90% dos gastos são obrigatórios, ou seja, pré-determinados”.

Privatizações

 

Em 9 meses, a política entreguista do governo ameaça a soberania nacional. Em agosto, o governo listou nove empresas estatais que passariam por estudos, para que fossem privatizadas no futuro. Se Guedes manter seu plano de campanha, a situação pode piorar ainda mais. O economista defende a privatização de todas as empresas públicas argumentando que a venda destas poderia arrecadar R$ 1 trilhão.

O número é mais uma das fantasias do economista, como afirma o ex-diretor do Banco Central: “Existe resistência política à venda de estatais como Petrobras, Banco do Brasil e Caixa. Sem essas, o governo pode se matar pra vender tudo que não vai chegar à sombra do um trilhão que o Paulo Guedes queria”.

Capitalização da Previdência

 

A reforma da Previdência deve ser votada no Senado nesta semana. A oposição tem combatido as maldades do projeto inicial desde a Câmara dos Deputados. Um dos pontos importantes derrubados pela oposição foi a capitalização, medida nefasta defendida por Guedes desde o ano passado. Apesar da derrota, o ministro da Economia tem insistido com os senadores, para que estes incluam o projeto novamente no pacote da reforma.

Em entrevista à BBC Brasil, a economista Vivian Almeida, professora do Ibmec, explicou os prejuízos da proposta: “Você tem um vizinho que fez uma migração absoluta para o regime de capitalização, o Chile. E uma das coisas mais debatidas era justamente que isso acabou, ao longo do tempo, precarizando muito a situação dos idosos chilenos.”

Volta da CPMF

 

Durante seus quase 30 improdutivos anos na Câmara dos Deputados, Bolsonaro votou contra a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Durante o período eleitoral do ano passado, a mídia divulgou que Guedes considerava a volta do imposto, Jair se manifestou nas redes sociais e prometeu  ser totalmente contra a CPMF.

Entretanto, em entrevista ao Valor Econômico no início de setembro, o ministro defendeu a implantação de um Imposto sobre Transações Financeiras (ITF), nos moldes da antiga CPMF. Com alíquota entre 0,2% e 1%, Guedes acredita que o governo arrecadaria R$ 150 bilhões por ano. No momento em que a equipe econômica discute uma possível reforma tributária, o ministro da Economia já mostrou suas verdadeiras intenções contra o trabalhador brasileiro.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da BBC Brasil

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