A Aldeia Rajado, no município de Monsenhor Tabosa, ganhou nesta quinta-feira (30) um novo espaço para ampliar a oferta da educação básica aos seus moradores: a Escola Indígena Aba Katu ( que significa índio bom, na etnia Tabajara) é mais um avanço proporcionado pela administração petista no estado do Ceará – a inauguração contou com a presença do governador Camilo Santana, no mesmo dia em que o povo de todo o Brasil está nas ruas em defesa da educação pública atacada por Bolsonaro.
O projeto arquitetônico é adequado ao cotidiano do povo indígena e dispõe de quatro salas de aula, laboratório de informática, biblioteca, dependências administrativas, salas de professores, cozinha e área específica para a prática de ações como danças tradicionais.
A Escola tem capacidade para atender até 480 alunos e oferece Educação Infantil, Ensino Fundamental (anos iniciais e finais), além da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Fundamental (anos finais) e Médio.
Conforme a Liderança local, Maria do Socorro Feitosa de Souza (Socorrinha Tabajara), que também é coordenadora da escola, no início ofertavam uma turma de EJA para depois ampliar o atendimento. Em 2010, começou a oferta de uma turma de EJA Médio.
“Foi quando dois dos nossos alunos concluíram esse nível de ensino e hoje já são docentes em nossa escola. A partir do ano de 2019, com a construção do prédio, a escola conquistou sua autonomia enquanto instituição escolar, passando a funcionar com a denominação Escola Indígena Aba Katu”, conta a gestora.
A Escola Indígena Aba Katu desenvolve projeto pedagógico contextualizado e interdisciplinar com a arte do saber e do bem viver cultural. Para isso, usa teorias e práticas da agricultura familiar voltadas ao desenvolvimento sustentável, cultural, tradicional, social, político, econômico e profissional.
Para a cacique Antônia Feitosa de Souza (Toinha Tabajara), a nova escola é uma conquista. “Os povos indígenas da Aldeia Rajado, por terem o sangue de seus troncos velhos e raízes fixas no chão, acreditam em mudanças na educação com coletividade e união. Assim, implantam os projetos da agricultura familiar de forma sustentável no sistema de educação indígena e de valorização da mãe natureza e da terra. E inserem na escola a medicina tradicional”, destaca a representante.
Educação Indígena no Ceará
A rede de escolas indígenas conta com 39 unidades estaduais, pertencentes a 14 etnias, distribuídas em 16 municípios. São cerca de 7 mil alunos atendidos com a oferta da educação infantil ao ensino médio regular, além da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A Escola Indígena Aba Katu faz parte da Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede) 13, sediada em Crateús e dirigida pela professora Fátima Aragão. Além de Monsenhor Tabosa, a Crede abrange os municípios de Ararendá, Catunda, Independência, Ipaporanga, Ipueiras, Nova Russa, Novo Oriente, Poranga e Tamboril.
A rede pública estadual na região conta com 40 escolas, sendo 15 regulares, 06 profissionais, 05 de ensino médio em tempo integral, 11 indígenas, 01 do campo, 01 Escola Família Agrícola (EFA), 01 Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja), além de um Centro Cearense de Idiomas (CCI).
Da Redação da Agência PT de Notícias com informações do PT Ceará