O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou que cabe ao Ministério Público estadual apurar a atuação da Polícia Militar (PM) de Geraldo Alckmin (PSDB) ao final dos protestos de domingo (4), quando bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas sobre os manifestantes em dispersão, sem justificativa.
“Quem participou até o final reportou à secretaria de Direitos Humanos da Prefeitura que não houve nenhum gesto, por parte dos manifestantes, que pudesse justificar uma ação repressiva. Tudo o que foi combinado com os manifestantes foi rigorosamente cumprido”, afirmou o prefeito.
No domingo, mais de 100 mil pessoas marcharam desde a Avenida Paulista até o Largo da Batata, em uma manifestação pacífica e sem registro de incidentes.
Apenas no final da marcha, quando os manifestantes já estavam em dispersão, houve ação repressiva da PM, que atirou bombas de gás lacrimogêneo, balas de borracha, utilizou um canhão de água e agrediu jornalistas.
Antes da manifestação, 26 jovens foram presos nas imediações do Centro Cultural São Paulo, sob justificativa de que “iriam praticar atos de violência” e foram soltos no dia seguinte.
O juiz Rodrigo Tellini, do Foro Central Criminal da Barra Funda, considerou as prisões ilegais e lamentou o atual momento político do Brasil: “Vivemos dias tristes para nossa democracia. Triste do país que seus cidadãos precisam aguentar tudo de boca fechada. Triste é viver em um país que a gente não pode se manifestar”
*Com informações do Brasil 247