Ao participar do debate na TV Gazeta, na noite deste domingo (18), o prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Fernando Haddad (PT-SP), afirmou que quer a continuidade de seu mandato para completar o ciclo de transformações na cidade e ampliar o acesso à saúde, à educação, entre outros direitos.
“Se alguém aqui é coerente e mantém seus compromissos do mesmo lado sou eu, que nunca mudei de partido por 30 anos e empunho as mesmas bandeiras, da igualdade de oportunidades”, afirmou Haddad.
Enquanto foi ministro da Educação, o prefeito recorda que trabalhou no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizando a maior inclusão no Ensino Superior da história do país.
Enquanto prefeito, disse continuar com as mesmas bandeiras: da inclusão social e da superação da desigualdade. Como exemplo, citou as faixas exclusivas de ônibus, 410 novas creches em toda periferia de São Paulo e a construção dos 33 Hospitais Dia, da Rede Hora Certa, para melhorar a qualidade do atendimento e reduzir as filas de espera por consultas, exames e cirurgias.
“Tenho muito orgulho da minha trajetória, não pretendo mudar de posição, muito menos mudar de lado (…) Sou de uma tradição que não arrega”, respondeu Haddad.
O prefeito criticou candidatos que fazem propostas que já são executadas por seu governo, como as praças WiFi, Rede UniCEU (Universidade nos CEUs). “Estou do mesmo lado, honro as mesmas pessoas, não cuspo no prato em que comi”, concluiu.
Candidato contra o golpe
No debate, Haddad criticou o governo usurpador de Michel Temer, que propõe congelar os investimentos sociais em saúde e educação por 20 anos por meio da PEC 241, a PEC do Estado mínimo. “Isto vai afetar diretamente a cidade de São Paulo. A candidata Marta, em sabatina no ‘Portal UOL’, já se posicionou a favor desta lei”, alertou.
O prefeito criticou também a medida já anunciada por Temer e por seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de elevar a idade mínima da aposentadoria para 65 anos.
Escola em tempo integral
Não é à toa que Haddad alertou: tem candidato que quer ser prefeito, mas não conhece as políticas existentes em São Paulo. Na TV Gazeta, o tucano João Dória disse pretender “criar” escolas em tempo integral. Acontece que a gestão Haddad já fez escolas em tempo integral.
O programa São Paulo Integral amplia o turno escolar para sete horas diárias. Começou a ser implementado a partir de 2013, graças à adesão ao programa Mais Educação, do governo federal da presidenta eleita Dilma Rousseff, beneficiando 100 mil crianças.
Em São Paulo, as escolas municipais têm merenda – e algumas já oferecem merenda orgânica. Enquanto isto, o partido de Dória é investigado pela CPI da Merenda, após as denúncias de que o governo estadual de Geraldo Alckmin (PSDB) cometeu fraude nas licitações de alimento escolar.
E não são poucas as queixas de alunos e professores sobre a qualidade das refeições nas escolas estaduais. Quando tem, é merenda seca.
Segurança urbana
Ao ser questionado sobre as medidas da prefeitura para melhorar a segurança dos munícipes, Haddad explicou que este é um dever da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Apesar disso, o prefeito afirmou que sua gestão também fez pela segurança, ao criar o programa LED nos Bairros.
Com luz de LED, as ruas ficam mais seguras porque a iluminação é mais potente. “Transforma noite em dia”, como o próprio prefeito costuma dizer. A troca das lâmpadas começou nas periferias, mas, até 2018, São Paulo deve ser a primeira capital a ter LED em todo território.
Haddad reforçou a importância de os cidadãos saberem o que cabe à prefeitura fazer e o que cabe ao governo estadual fazer. “Nada funciona. Os hospitais estaduais em São Paulo não funcionam (…) O transporte público estadual não funciona. O governador não consegue entregar novas estações. Com o policiamento, com a segurança pública, não é diferente”.
Combate à corrupção
A gestão de Haddad se tornou exemplo de promoção da transparência e de combate à corrupção. A primeira medida foi a criação da Controladoria Geral do Município (CGM), que desmantelou a Máfia do ISS, recuperou verba que havia sido desviada com corrupção. Além disso, todos os dados públicos da cidade de São Paulo estão disponíveis para consulta.
“Quem criou a Controladoria fui eu. Nenhum dos antecessores criou. A Marta, por exemplo, teve oportunidade, mas não criou. Eu já recuperei 300 milhões de reais em dinheiro”, lembrou Haddad.
Pela segunda vez no debate, Dória mostrou que não conhece os dados da cidade que ele gostaria de governar. Ao fazer sua fala de encerramento, disse que vai manter os dados da CGM públicos, mas em formato digital. Por meio do Portal da Transparência e do Portal Dados Abertos, Haddad já disponibiliza todas estas informações on-line para os cidadãos.
Saudade do governo Lula
“Fui ministro do Lula e, durante mais de cinco anos em que trabalhei com ele. Sou testemunha de que o presidente Lula, que foi, na minha opinião, o maior presidente da história da República, nunca me pediu para atender um empresário, nunca me pediu para preencher um cargo que não fosse dos interesses do país. Acho que é um presidente comprometido, que melhorou a vida do trabalhador”.
“Nunca vi um trabalhador ganhar tanto como na época do Lula, e acho que tem muita gente com saudade do governo Lula. Eu acho que o presidente Lula vai ter agora sua chance de se defender”.
“Eu me sinto honrado de ter participado de um governo que transformou a educação brasileira. Quem fazia universidade no Brasil era gente rica. Eu nunca tive um colega negro na Universidade de São Paulo. Pobres e negros hoje são maioria nas universidades públicas graças a uma figura como o presidente Lula”.
Por Daniella Cambaúva, da Agência PT de Notícias