O senador Humberto Costa é o novo líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores no Senado Federal. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira, 30, pelo senador pernambucano, reeleito em 2018. Humberto Costa já liderou a bancada do PT em 2011, 2014, 2015 e 2016. Desde 2016, liderou a bancada da Minoria.
“A bancada do PT no Senado decidiu, hoje, me indicar para liderar o partido na Casa este ano. Tive a honra de ter sido líder do PT em 2011, 2014, 2015 e 2016, quando deixei o posto e assumi a liderança do governo Dilma.Agora, deixo a liderança da Minoria, ocupada desde maio de 2016”, informou ele.
Na próxima sexta-feira (1º) inicia-se a 56ª legislatura no Senado Federal com a representação partidária mais fragmentada desde o fim da ditadura militar (21 partidos). Dentro desse espaço, o PT estará representado por seis parlamentares: Jaques Wagner (BA), Jean Paul Prates (RN), Humberto Costa (PE), Paulo Paim (RS), Paulo Rocha (PA) e Rogério Carvalho (SE).
Diante do atual cenário político, os membros da nova bancada do PT no Senado avaliam que os próximos anos devem ser de muita fiscalização, luta e oposição qualificada contra as propostas danosas do governo Bolsonaro ao povo brasileiro.
“Pelo perfil dos [senadores] eleitos teremos uma bancada aguerrida que saberá cumprir adequadamente seu papel de fiscalização do Executivo e denunciar os abusos cometidos pelo governo, além de promover a defesa dos trabalhadores e do povo mais pobre do País”, disse o senador Humberto Costa, reeleito nas últimas eleições.
Para o senador Paulo Rocha, a bancada do PT no Senado contará com nomes experientes na política e preparados para fazer uma oposição propositiva ao projeto neoliberal do atual governo.
“O projeto neoliberal de Bolsonaro é de grande interesse do capital financeiro internacional. Daí surgem pautas como a reforma da Previdência e as privatizações que atendem a esse anseio do capital privado. Já enfrentamos isso no período FHC e vamos enfrentar novamente. E a luta política vai precisar estar articulada com a luta social”, avaliou.
“Na conjuntura atual, cabe à oposição minimizar danos. Aquilo que for política do governo capaz de causar estragos, trabalharemos com racionalidade para amenizar retrocessos. Na economia, precisamos defender nosso patrimônio. Um País dessa dimensão e com tal fosso social precisa de ferramentas para alavancar o crescimento. Não podemos abrir mão das nossas empresas e riquezas”
Paulo Paim, outro senador reeleito nas últimas eleições, aponta que trabalhará pela discussão de um projeto mais justo com os trabalhadores e alternativo à reforma trabalhista aprovada, sem discussão no Senado, durante o período Michel Temer.
“Apresentarei uma nova reforma trabalhista, oriunda de minha proposta do Estatuto do Trabalho. Teremos um grande debate no qual espero que a democracia prevaleça. Precisamos debater um projeto que se preocupe, de fato, com as pessoas independente de quem elas sejam. Um projeto que vise realmente a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, destacou.
O senador Jean Paul Prates, que assumiu o mandato após a eleição de Fátima Bezerra para o governo do Rio Grande do Norte, afirma que dará sequência ao “forte mandato exercido por Fátima na área da educação”, além de trabalhar em favor do desenvolvimento regional sustentável, a apresentação de projetos de exploração de energias renováveis, a democratização do sistema financeiro e a luta pela não concretização de privatizações de empresas públicas estratégicas para o País.
Recentemente o parlamentar se reuniu com o diretor-presidente da União Brasileira de Biodiesel e querosene, Donizete Tokarski, para articular a criação de uma Frente Parlamentar em Defesa do Biocombustível. “São pautas inovadoras e possíveis mesmo diante de um governo mais à direita. Uma das grandes batalhas que teremos é que as soluções da direita consistem em vender patrimônio público para fazer caixa. Temos de considerar os aspectos estratégicos dessas privatizações”, apontou.
Rogério Carvalho também promete dar atenção a questão regional apresentando projetos que visem a inclusão por meio de um novo modelo de desenvolvimento econômico regional e a defesa dos direitos anteriormente conquistados pela população brasileira.
“É fundamental resgatarmos a defesa das liberdades individuais para garantirmos o avanço civilizatório do País. Precisamos garantir a liberdade de organização, de manifestação contra os abusos e fiscalizar o funcionamento das instituições democráticas que devem garantir o direito das pessoas se manifestarem sem que sejam perseguidas em função do que elas pensam ou do que querem para o País”, disse.
Já o senador Jaques Wagner disse recentemente, em artigo, não acreditar em “oposição destrutiva”, defenderá seus pontos de vista de forma “enfática e propositiva”.
“Na conjuntura atual, cabe à oposição minimizar danos. Aquilo que for política do governo capaz de causar estragos, trabalharemos com racionalidade para amenizar retrocessos. Na economia, precisamos defender nosso patrimônio. Um País dessa dimensão e com tal fosso social precisa de ferramentas para alavancar o crescimento. Não podemos abrir mão das nossas empresas e riquezas”, avaliou o senador eleito pela Bahia.