Quando mais de 2 milhões de estudantes de todo o Brasil saíram às ruas no dia 15 de maio deste ano, logo após o governo anunciar cortes injustificáveis na Educação, um novo ciclo de mobilizações se iniciara, abrindo espaço para uma nova onda de atos e protestos contra o já fracassado governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro. A partir daquela data, o Brasil todo passou a acompanhar com espanto e indignação o total despreparo do presidente para conduzir o país.
Não é por acaso, portanto, que a imagem do impopular mandatário da nação tenha atingido o pior índice de aprovação entre jovens com idade entre 16 e 24 anos. Segundo a mais recente pesquisa Ibope, encomendada pela CNI e publicada nesta quarta (25), esse é o grupo etário para o qual a aprovação do governo apresentou maior queda entre os que o avaliam como ótimo ou bom: entre junho e setembro: o percentual passou de 32% para 24%.
Um dos fatores que explicam tamanha aversão dos jovens pelo desgoverno está justamente na política de desmonte nas instituições públicas de ensino e os ataques ideológicos a estudantes, professores, reitores e demais profissionais da área. Ainda segundo o mesmo levantamento, as medidas adotadas na Educação até agora são reprovadas por 52% da população – agora somando-se todas as faixas etárias.
Bolsonaro tem asco de quem pensa
Mesmo antes de os estudantes saírem às ruas naquele 15 de maio, grande parte do país já estava espantada não só com o que fazia o presidente, mas também com o que dizia (e ainda diz) a cada nova aparição pública. Mas foi contra as camadas mais jovens da população que Bolsonaro destilou algumas de suas mais asquerosas declarações de ódio.
Em abril, quando apresentava o não menos inconsequente atual ministro da Educação, Bolsonaro deixou claro em seu discurso seus reais objetivos com o setor. Além de tentar desmoralizar as instituições federais com o claro objetivo de entregá-las aos interesses do mercado, Jair anunciou que a meta pedagógica do seu governo seria desestimular o interesse de crianças e adolescentes por política nas escolas. “Queremos uma garotada que comece a não se interessar por política, como é atualmente dentro das escolas, mas comece a aprender coisas que possam levá-las ao espaço no futuro”, disse.
Contra os estudantes do ensino superior ele foi ainda mais longe: afirmou que os milhares de estudantes e professores que protestavam em todo o país contra os cortes de 30% nas verbas da educação são “massa de manobra”, manipulados por “uma minoria de espertalhona” que compõe as universidades públicas no Brasil. E mais: “A maioria ali é militante. Se você perguntar a fórmula da água, não sabe, não sabe nada. São uns idiotas úteis”, afirmou Bolsonaro, no mesmo dia em via estarrecido o tamanho da encrenca que arrumou ao atacar a juventude do país.
Da Redação da Agência PT de Notícias