A economia sob o governo Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes registra um presente desolador e aponta para um futuro devastador, além do desastre na condução da pandemia. Na cena do “crime”, estão a submissão ao gatilho inflacionário da dolarização dos preços dos combustíveis, a alta dos preços dos alimentos e a ameaça de um apagão energético. Para completar o quadro, o impacto da inflação derrubou as vendas do varejo, que ficaram abaixo do esperado em agosto, com recuo de 3,1%.
Nesta quarta-feira (6), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que as vendas do comércio varejista registraram baixa de 3,1% em relação a julho. Foi a queda mais intensa desde dezembro de 2020 (-6,1%), contrariando a expectativa do “mercado”, que apostava em queda de 1,4% a alta de 2,4%. Seis das oito atividades pesquisadas do varejo tiveram taxas negativas em agosto, frente a julho. Entre as principais baixas, está o segmento que inclui grandes lojas de departamento (recuo de 16%) e o de hipermercados (-0,9%), sob impacto da inflação alta.
Quadro negativo
Sem respostas do governo, a queda das vendas no varejo se soma a outros indicadores que registram um crescente quadro negativo. De um lado, a Pesquisa Industrial Mensal (PIM) divulgada na terça-feira (5) pelo IBGE, revelou que a produção industrial caiu pelo terceiro mês consecutivo na passagem de julho para agosto. Na última semana de setembro, comprometendo a política de recuperação da economia, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central subiu a taxa básica de juros da economia (Selic) em um ponto percentual, de 5,25% para 6,25% ao ano.
Isso em quadro em que o Produto Interno Bruto (PIB) per capita do Brasil se encontra em R$ 35.172 por habitante, 7,5% abaixo do maior nível registrado no país, em 2013, sob Dilma Rousseff, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre). Situação agravada pela queda da renda média real do trabalho que ficou em R$ 2.433 no segundo trimestre de 2021, quase 7% menor na comparação com o mesmo período de 2020 (R$ 2.613), já descontada a inflação do período.
A nefasta combinação do choque de oferta com aumento de custos, por meio da elevação das taxas de juros pelo BC “independente”, está empurrando o país para o desastre. Diante disso, a incapacidade de governar do atual ocupante do Planalto já está clara, como apontou pesquisa da Consultoria Quaest, divulgada nesta quarta-feira, 6. Não por acaso, a pesquisa conclui que Lula é o nome mais citado para resolver o problema da economia, com 44% das menções, contra apenas 18% para Bolsonaro.
Da Redação