Partido dos Trabalhadores

Iniciativa inédita de Lula, Aliança Global contra a Fome começa a ser construída

Ministro Wellington Dias (MDS) abriu, em Brasília, a primeira reunião da Força Tarefa com representantes do G20, as vinte maiores economias do mundo

Roberta Aline

"A Aliança é um mecanismo para mobilizar recursos e conhecimento de onde são mais abundantes e canalizá-los para onde são mais necessários", disse o ministro Wellington Dias

Com ampla participação dos membros do G20, países convidados e organismos internacionais, teve início, nesta quarta-feira (21), em Brasília, a primeira reunião da Força Tarefa para o estabelecimento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, uma iniciativa inédita do presidente Lula.

O encontro, que ocorre de forma híbrida até sexta-feira (23), foi aberto pelo ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, e busca estabelecer as bases técnicas e negociar as principais características para a construção de uma Aliança robusta e autônoma.

A ideia de formar a Aliança começou a ser trabalhada quando o Brasil assumiu a presidência do G20, em Nova Delhi, na Índia, em novembro do ano passado. O grupo reúne as 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia e a União Africana.

A proposta em discussão é oferecer uma cesta de experiências exitosas de diversos países a outras nações que queiram adaptar e implementar estas políticas públicas em seus territórios.

“O que queremos com a Aliança é um mecanismo prático para mobilizar recursos financeiros e conhecimento de onde são mais abundantes e canalizá-los para onde são mais necessários, apoiando a implementação e a ampliação da escala de ações, políticas e programas no nível nacional” explicou o ministro Wellington Dias, em coletiva de imprensa.

“Queremos evitar a duplicação de esforços e posicionar a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza como um mecanismo que dará o impulso político necessário para mobilizar os fundos e mecanismos existentes e melhor organizá-los em torno de dois princípios: o foco nos mais pobres e vulneráveis e; a implementação consistente de políticas nacionais”, acrescentou Dias.

O ministro ressaltou que a iniciativa busca o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 1 e 2, com a erradicação da fome e da pobreza extrema, e elencou dados que mostram um cenário desafiador. “Segundo estudos mais recentes da FAO, 735 milhões de pessoas passam fome no mundo. Os 10% mais ricos detêm 76% da riqueza do planeta, enquanto os 50% mais pobres possuem apenas 2%”, lamentou o ministro.

Força Tarefa

Um dos objetivos da reunião técnica é discutir como deve ser o termo de adesão dos países interessados em ingressar na Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Ao longo de três dias de atividades, serão apresentados e debatidos quatro relatórios, elaborados por organizações internacionais presentes no encontro, como Banco Mundial, OMC, Unesco, FAO, OMS, Unicef, entre outras.

Os documentos evidenciam soluções e lacunas nas várias dimensões do enfrentamento à pobreza e à fome, incluindo a produção sustentável de alimentos, a proteção social, a criação de resiliência, e a colaboração internacional mais eficaz. “Esses relatórios mostram a importância de termos uma gama de políticas públicas sustentadas pelo Estado, embutidas num marco legal, e com escala e financiamento suficientes”, explicou o ministro.

Os trabalhos da Força Tarefa terão continuidade ao longo do ano, com novas reuniões em março, em Brasília, e em maio, em Teresina. “Nossa expectativa é que tenhamos tudo conformado em julho, durante nossa Reunião Ministerial, no Rio de Janeiro”, adiantou.

“A partir daí, queremos estar em condições de expandir nossa Aliança para além do G20 de modo a chegarmos na Cúpula em novembro, no Rio de Janeiro, com o lançamento de uma Aliança verdadeiramente global, com o máximo de países”, concluiu Dias.

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G20

O Grupo dos Vinte (G20) é o principal fórum de cooperação econômica internacional. Desempenha, com presidências rotativas anuais, um papel importante na definição e no reforço da arquitetura e da governança mundiais em todas as grandes questões econômicas internacionais.

Inicialmente, o fórum concentrava-se principalmente em questões macroeconômicas gerais, mas expandiu sua agenda para incluir temas como comércio, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente, mudanças climáticas e combate à corrupção.

Da Redação