G20: Brasil consolida Aliança Global Contra a Fome no âmbito da CELAC

Prioridade brasileira na presidência do bloco, luta contra desnutrição avança sob a coordenação de Wellington Dias. Em reunião da cúpula no Chile, ministro definiu Plano de Segurança Alimentar e Nutricional e Erradicação da Fome 2030

Roberta Aline (MDS)

Dias: o intercâmbio de experiências ajuda no desenvolvimento dos países

O Brasil que voltou de modo absurdo para o Mapa da Fome com o golpe de 2016 aos poucos vai retomando a rota de dignidade e de garantia de alimento para todos os brasileiros e também para o mundo.

Em reunião de alto nível da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) em Santiago no Chile dia 16 de janeiro, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) Wellington Dias obteve apoio para a construção da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza do G20, com a definição do Plano de Segurança Alimentar e Nutricional e Erradicação da Fome 2030. A Aliança é uma das prioridades da presidência brasileira no G20.

“Recebi do o presidente Lula a importante missão de apresentar a Aliança Global de Combate à Fome e à Pobreza aos líderes ministeriais da CELAC. O presidente defende que o intercâmbio de experiências ajuda no desenvolvimento dos países e a Aliança é um caminho para externar as vivências de cada país e ver quais são as mais eficientes e compartilhar com os países que mais necessitam”, postou o ministro Wellington Dias em sua rede X.

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O lançamento da Aliança Global será em novembro na cúpula do G20 no Rio de Janeiro. “Mas antes nos reuniremos presencialmente em Brasília em março e em Teresina em maio. Juntos venceremos o desafio da fome no Brasil e no mundo”, destacou o ministro.

Durante o encontro no Chile, ministros, especialistas, representantes de órgãos técnicos de governo e de agências internacionais de países da região firmaram um acordo para a elaboração de uma política intersetorial que tem como pilares a garantia de alimentação adequada; apoio à produção sustentável e acesso aos alimentos; promoção de dietas saudáveis; e a transição para sistemas agroalimentares resilientes aos impactos das mudanças climáticas.

Wellington Dias avaliou que o plano latino-americano e caribenho dialoga diretamente com a proposta da presidência brasileira no G20 pela Aliança.

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“Por unanimidade, os países da América Latina e do Caribe criaram um plano que é uma base importante para ser seguida pelas demais nações. Acredito que demos um passo importante para tornar realidade a proposta do presidente Lula de uma Aliança Global”, salientou Dias em matéria publicada no site do G20.

Aliança visa compromisso com o fim da fome

A Aliança estabelece três pontos fundamentais: um financeiro, um de conhecimento e um nacional.

“O primeiro prevê recursos de fundos e doadores internacionais, bem como novos mecanismos para ajudar os países com menos recursos. A base de conhecimento se constitui na difusão e no compartilhamento de melhores práticas e experiências entre os países. E a perspectiva nacional se trata do compromisso de cada Estado em adotar programas e tecnologias eficazes para o combate à pobreza e à fome”, informou o site oficial do G20.

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“A insegurança alimentar e nutricional é um flagelo mundial. Precisamos de ações integradas, num esforço de cooperação internacional para o financiamento de programas de desenvolvimento socioeconômico”, assinalou o ministro ao destacar os esforços para tirar novamente o Brasil do mapa da fome e a retomada de políticas públicas pelo direito à alimentação.

“Retomamos programas exitosos de segurança alimentar e criamos novas estratégias para garantir o direito à alimentação. O Plano Brasil Sem Fome é a resposta do governo federal à volta do Brasil ao mapa da fome da FAO. Esse plano tem como paradigma o enfrentamento da fome com alimentação adequada, redução das desigualdades e cuidado com o meio ambiente”, pontuou.

Programas brasileiros são destaque

A matéria do site do G20 publicou declarações de autoridades como o ministro da Agricultura do Chile, Esteban Valenzuela, que ressaltou o desejo de fortalecer as alianças comerciais com o Brasil e as compras públicas, a exemplo do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que promove o acesso à alimentação e incentiva a agricultura familiar.

“Teremos um grande trabalho junto com o Brasil. Teremos a reunião dos Ministérios da Agricultura com os países do Mercosul e queremos seguir aprendendo com o Brasil. Queremos trocar experiências e crescer juntos”, afirmou Valenzuela.

A ministra do Desenvolvimento Social e Família do Chile Javiera Toro Cáceres solicitou ao governo brasileiro o compartilhamento das políticas que integram os beneficiários do Bolsa Família, o maior programa de transferência de renda do Brasil, ao mercado de trabalho.

“O presidente Lula defende que o intercâmbio de experiências ajuda no desenvolvimento dos países. Precisamos discutir as políticas públicas e compartilhar com os países que mais precisam”, defendeu Wellington Dias.

A reunião da cúpula da CELAC, com os chefes de Estado, está marcada para março e deve referendar o plano, que já tem o apoio da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Da Redação, com site do G20

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