O julgamento de terça-feira (23) no Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a parcialidade de Sergio Moro, foi destaque na imprensa mundial. Veículos, como o português Público, consideraram a decisão “histórica” e capaz de deixar a Lava Jato “mortalmente ferida”, como analisou o argentino La Nación, ressoando uma das frases ditas pelo presidente Lula em seu histórico discurso do dia 10: “A Lava Jato é passado”.
O La Nación lembrou ainda que a decisão valida o que sempre disse Lula, “que desde o começo do cerco judicial sustentou que era inocente, vítima de uma perseguição política por parte de Moro”. O mesmo é ressaltado no texto da agência de notícias Associated Press, publicado por milhares de veículos, incluindo os renomados The Guardian, da Inglaterra, e Washington Post, dos Estados Unidos. Segundo a matéria, a decisão “dá razão ao líder da esquerda, que há muito tempo afirma que houve perseguição política”.
A Associated Press também diz que “a decisão obscurece ainda mais a reputação de Moro” e lembra que a condenação de Lula o afastou das eleições presidenciais de 2018 e permitiu a vitória de Jair Bolsonaro. “E Moro rapidamente se tornou ministro da Justiça de Bolsonaro”, ressalta a AP. O fato de o ex-juiz ter aceito imediatamente um cargo no governo de extrema direita também foi ressaltado pelo espanhol El País e pelo francês Le Monde.
A agência Reuters, cujo material também foi publicado por inúmeros veículos, ressaltou que “o ex-juiz Sergio Moro tomou decisões tendenciosas, (…) descartando provas que poderiam ter sido usadas a favor de Lula”. Já a Bloomberg destacou a fala do ministro Gilmar Mendes, que lembrou o fato de “o tribunal de Curitiba” ser “mundialmente conhecido como um tribunal de exceção”.
Vários veículos também projetaram Lula como um ator fundamental no cenário político atual e nas eleições de 2022, caso do Washington Post e do Le Figaro. “O retorno de Lula à arena política mudou completamente as cartas”, escreveu o diário francês.
Da Redação