Desde que as conversas privadas entre o ex-juiz Sérgio Moro e procuradores do Ministério Público Federal têm sido reveladas pelo site The Intercept Brasil, ficou evidente para todo o Brasil o modus operandi que coloca em xeque a credibilidade da Operação Lava Jato e que resultou, entre outras arbitrariedades, na prisão política do ex-presidente Lula.
A postura do agora ministro, no entanto, nem sempre era legitimada por aqueles que atuavam e corroboravam com os seus métodos. No novo episódio do escândalo revelado neste sábado, o oitavo da série que tem abalado o país, os integrantes da força-tarefa mostram total insatisfação com as pretensões políticas do agora ministro da Justiça de Jair Bolsonaro.
“Moro viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados”, criticou a procuradora Monique Cheker em 1º de novembro, pouco antes de o ex-juiz aceitar o convite de Jair Bolsonaro para se tornar ministro da Justiça. Aqui vale um adendo: Moro havia prometido jamais aceitar cargos políticos e o fez antes mesmo de o resultado das eleições ser confirmado, algo inadmissível em qualquer circunstância.
Para os integrantes da força-tarefa da Lava Jato “ao aceitar o cargo Moro colocou em eterna dúvida a legitimidade e o legado da operação. Os óbvios questionamentos éticos envolvidos na ida do juiz ao ministério poderiam, afinal, dar maior credibilidade às alegações de que a Lava Jato teria motivações políticas”, conforme analisou a reportagem.
Moro se perdeu na vaidade. Que pena”, lamentou a procuradora Janice Ascari
Ainda de acordo com a nova denúncia do The Intercept, quando Moro foi finalmente confirmado como ministro da Justiça, o procurador Sérgio Luiz Pinel Dias, da Lava Jato no Rio de Janeiro, digitou no grupo MPF GILMAR MENDES que, daquele momento em diante, seria muito difícil “afastar a imagem de que a LJ integrou o governo de Bolsonaro”.
Leia o conteúdo completo das novas denúncias aqui.
Da Redação da Agência PT de Notícias com informações do The Intercept Brasil