Em votação tumultuada, o Congresso Nacional dos Estados Unidos confirmou o candidato democrata Joe Biden como presidente do país. Última etapa do processo eleitoral, a sessão foi ameaçada por extremistas que invadiram o Capitólio. A invasão estimulada por Donald Trump resultou em 4 mortes e provocou manifestações de repúdio interna e externamente. Em editorial, o jornal Washington Post pediu o imediato afastamento de Trump.
O placar das votações nas duas arruinou a estratégia de Trump de obter sucesso com contestações de resultados em diversos colégios eleitorais. O questionamento aos votos do Arizona foi rejeitado com placar de 303 a 121 na Câmara e 93 a 6 no Senado. A objeção aos delegados da Pensilvânia perdeu por 282 a 138 entre os deputados, e 92 a 7 entre os senadores. As votações repetiram os insucessos do candidato republicano nas apelações judiciais nos diversos estados.
“A invasão do Capitólio revela cruamente o que acontece quando se tenta substituir a política e o respeito ao voto pela mentira e pelo ódio, até mesmo num país que gosta de se apresentar como campeão da democracia”, alertou o ex-presidente Lula em suas redes sociais, na quarta-feira, 6, à tarde. “Para o Brasil, é um alerta sobre o que ainda pode acontecer de pior aqui, se não for contido o autoritarismo de Bolsonaro e suas milícias, se continuarem sendo toleradas as violações à liberdade e aos direitos”, advertiu Lula.
O alerta do ex-presidente Lula encontrou razão de ser como seria de esperar, considerando o alinhamento de Bolsonaro ao “amigo” Donald Trump. Em vídeo, ontem à noite, Bolsonaro justificou a invasão do Congresso norte-americano, em Washington, pela “falta de confiança no voto”. E antecipou a ameaça de que a situação pode se repetir no Brasil caso as eleição seja realizada por urnas eletrônicas. “A falta desta confiança levou a este problema que está acontecendo lá. E aqui no Brasil, se tivermos o voto eletrônico em 22, vai ser a mesma coisa”, completou.
Diante das ameaças contra a democracia, a presidenta do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann (PR), reforçou a necessidade de combater as manifestações fascistas e o retrocesso no país. “Terrível a tentativa de golpe da direita fascista nos EUA. Essa gente não respeita democracia, constituição e nem o processo eleitoral. As forças democráticas precisam repreender duramente”, afirmou Gleisi em suas redes sociais. “O que acontece lá serve de exemplo para que afastemos o fascismo e o retrocesso daqui”, convocou a presidenta do PT.
No Senado Federal, os senadores petistas Rogério Carvalho (SE), Humberto Costa (PE) e Jean Paul Prates (RN) repudiaram a invasão de apoiadores do presidente Donald Trump ao prédio do Capitólio, que abriga o Congresso dos Estados Unidos.“Trump, assim como Bolsonaro, não se submete a nada além da própria vontade. Eles ameaçam a democracia e o processo civilizatório da humanidade. São populistas e autoritários”, observou Rogério, líder do PT no Senado. “Eduardo Bolsonaro faz estágio de agressor da democracia com a filha de Trump neste momento em que assistimos uma tentativa de golpe de Estado nos EUA”, completou.
O “infeliz desfecho” da gestão Trump segue a retórica de todo seu mandato, na avaliação de Humberto Costa. “Trump é um fanático que, derrotado nas urnas pela vontade popular, joga o próprio país no caos para tentar proveito político disso. Que sirva de alerta para o Brasil”, alertou. Para Jean Paul Prates, “não se deve brincar com a democracia e é isto que acontece quando se elegem irresponsáveis para cargos de liderança”, afirmou. “No Brasil, essas pessoas atacam o STF e o Congresso Nacional quando são contrariadas. É hora de dar um paradeiro a todo esse processo. A democracia é o bem mais importante de uma sociedade”, finalizou.
Na Câmara dos Deputados, parlamentares da Bancada do PT repudiaram a invasão do Congresso dos EUA em mensagens postadas no Twitter a tentativa de golpe nos Estados Unidos. Para os parlamentares petistas, a invasão dos apoiadores de Trump ao local demonstra a verdadeira face antidemocrática da extrema direita em todo o mundo. Eles ainda alertaram que as instituições brasileiras e a sociedade devem se preparar para evitar que o mesmo ocorra no Brasil em 2022 com a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas.
“Juan Guaidó já se autoproclamou presidente dos EUA?”, ironizou o líder da bancada do PT, deputado Enio Verri (PT-PR). “A ameaça de golpe nos Estados Unidos deve ser repudiada por todas as forças democráticas ao redor do mundo. Autoritários, Trump e seus seguidores precisam reconhecer a legitimidade dos votos que elegeram Biden. Golpe não!”, afirmou o líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE). “Tentativa de golpe nos EUA! Ninguém tá brincando não! Se não parar o carro do Bozo imagina aqui! Às instituições vão continuar ‘funcionando’?”, questionou o líder da Minoria no Congresso, deputado Carlos Zarattini (PT-SP).
Da Redação com PT no Senado e PT na Câmara