O senador Jean Paul Prates (PT-RN) defendeu, nesta terça-feira, 23, que as Forças Armadas assumam a defesa da soberania nacional, assim como tem feito a esquerda brasileira. “Conceitos como nacionalidade e soberania são pautas comum dos dois lados. Queremos ver as Forças Armadas do nosso lado pelos bens nacionais. Não estamos em lados opostos”, disse. “Não somos comunistas. Defendemos o Estado brasileiro, a nacionalidade e a soberania nacional”, completou.
Ele alertou que o governo Bolsonaro erra ao tentar impor ao país uma agenda de privatizações de empresas nacionais importantes e estratégicas, como as refinarias da Petrobras e mesmo a holding Eletrobrás. “Estamos tratando aqui de segurança e de defesa do país. Vocês não podem aceitar que empresas estrangeiras tenham controle da geração, transmissão e distribuição de energia”, afirmou o senador.
“Qual o plano para um setor como petróleo, energia, mobilidade urbana, infraestrutura, principalmente a infraestrutura de interesse coletivo, onde existem monopólios naturais?”, questionou Jean Paul, em discurso na tribuna do Senado. “É o esvaziamento do Estado e a extinção e a diminuição dos programas sociais?”.
Jean Paul lamentou que parte dos militares defendam o Estado Mínimo e um conceito frágil da meritocracia social. “Essa retórica falsa e tortuosa inverte a cabeça da pessoa. Precisamos sair dessa polarização e caminhar juntos. Se o Estado for mínimo, a primeira instituição ser quebrada serão as Forças Armadas, que recebem pouco investimento do governo federal”, disse.
O parlamentar enfatizou que é totalmente contrário à militarização das escolas. “Vocês gostam de administrar escolas? Será que todos concordam que isso é bom? Esse é papel das Forças Armadas? Quero entender por que há uma defesa deste tema pelos militares”, questionou. “Outro tema que questiono é a defesa do porte de armas pela população. As Forças Armadas que defendem a ordem pública e a paz social deveriam ser contra essa proposta”.