O histórico e comovente 7 de abril, cujo ápice foi o ato mais de 10 mil pessoas em Curitiba, deu início a uma série de manifestações públicas em diversas cidades do Brasil e do mundo contra a prisão política do ex-presidente durante a Jornada Lula Livre.
Do dia em que a arbitrária prisão completou um ano no domingo até esta quarta-feira (10) foram quatro dias com o povo nas ruas em nome da libertação do maior líder popular que o Brasil já teve e contra as sucessivas violações de direito que o levaram ao cárcere – e o impediram de disputar uma eleição da qual era amplamente favorito.
Mas não só. Diante do desolador cenário político iniciado a partir da confirmação de Jair Bolsonaro (PSL) como mandatário da República, milhares de pessoas também mostraram total disposição para enfrentar os retrocessos impostos pelo novo governo quem no discurso de ódio e na falta de diálogo a sua marca registrada.
Além da força demonstrada nos arredores da Polícia Federal em Curitiba, local em que o ex-presidente está sob condição de sequestrado pela Justiça brasileira, a Jornada Lula Livre espalhou amor, esperança, indignação em 17 estados brasileiros e em diversos países. Os atos e manifestações também tiveram apoio incondicional de artistas, juristas, intelectuais, entidades e movimentos sociais das mais variadas bandeiras.
Na maior e mais ampla ação coletiva desde 1º de janeiro, o povo fez jus à palavra que melhor define o momento pelo qual passa o Brasil: resistência.
O domingo
O 7 de abril de 2018 será lembrado pela história como o dia em que o Judiciário e a política se juntaram para consolidar o Golpe iniciado dois anos antes. O 7 de abril de 2019, exatos 365 dias depois, mostrou que o povo não irá ver calado os desdobramentos de um país cuja democracia está sob constante ameaça.
Com a presença de mais de 10 mil pessoas vindas de todos os lugares do país, o ato pela libertação do ex-presidente na Vigília Livre Livre em Curitiba foi o ponto de partida da Jornada. Rodeadas pela militância, que marchou desde as primeiras horas da manhã rumo à Vigília, as principais lideranças políticas da esquerda se reuniu no local que foi o símbolo maior de todos os atos que fizeram do domingo um dia emblemático no calendário de lutas brasileiro.
De Manaus a Porto Alegre
Mas se engana quem pensa que foi apenas Curitiba que sediou eventos em defesa de Lula. Em ao menos outras 17 capitais, além de dezenas de outras cidades, o nome do ex-presidente foi a bandeira que sintetizava diversas outras lutas: contra a Previdência, o discurso de ódio, a perseguição aos movimentos sociais, os ataques às minorias, a insistência em propagar fake news, o desemprego e o total despreparo de Bolsonaro também foram lembrados à exaustão.
Em cidades como São Paulo, milhares de pessoas ocuparam a Avenida Paulista para protestar contra a prisão política de Lula. A capital paulista também contou com a presença de artistas, intelectuais e lideranças políticas.
Em Recife, os tradicionais bonecões que adoram os carnavais de Pernambuco prestaram homenagem ao ex-presidente.
Nesta quarta, no último dia de Jornada, atos ainda aconteceram muitas capitais e teve como destaque a manifestação em frente ao STF, órgão que poderia ter participação decisiva na libertação de Lula caso levasse a debate a prisão após condenação em 2ª instância – justamente o atropelamento jurídico usado para colocar em curso a prisão política de Lula.
Pelo mundo
Dinamarca, Áustria, Portugal, Inglaterra, Holanda, Bélgica, Suíça, Noruega, Itália, Alemanha, Espanha e França na Europa; Tunísia, África do Sul e Marrocos na África; México, Argentina, República Dominicana na América do Sul; EUA, Rússia e Austrália. Não houve uma região do planeta em que o nome de Lula não tenha sido evocado entre os dias 7 e 10 de abril.
O apoio ao ex-presidente foi tão disseminado mundo afora que, ainda que os meios de comunicação hegemônico tenham tentado esconder, a força dos atos foram a resposta aos ataques sofridos por Lula.
Integrantes de movimentos populares, junto a outros cidadãos venezuelanos, se reuniram no centro da capital Caracas na terça (9) para manifestar solidariedade ao ex-presidente Lula.
Da Redação da Agência PT de Notícias