Milhares de Lulas: ato por Lula Livre pinta de vermelho ruas de Curitiba

Um ano da prisão política do ex-presidente marcou o encerramento da Caravana Lula Livre pelo Sul. Mais uma vez Haddad mostrou porque está cada vez mais nas graças do povo

Ricardo Stuckert

Vigilia Lula Livre

Uma das frases mais disseminadas do filósofo alemão Karl Marx diz que a “história se repete primeiro como tragédia, depois como farsa”.  Não deixa de ser emblemático que, quase dois séculos depois, a sentença do patrono da esquerda mundial tenha sido reescrita justamente no dia em que a prisão política de Lula completou 365 longos dias.  Mas não é tempo para lamentações e o ato de encerramento da Caravana Lula Livre pelo Sul, ocorrido neste 7 de abril, construiu um dos capítulos mais convincentes da história recente do Brasil ao reunir milhares de pessoas em torno de uma única causa: lutar pela liberdade do ex-presidente e devolver o país ao seu povo.

Ambas as missões têm sido cumpridas por Fernando Haddad, cuja reverência e lealdade ao mestre se somam a um magnetismo cada vez maior para dialogar com a multidão.  “Isso tudo começa porque eles (adversários políticos) não engoliram a quarta derrota seguida em 2014. Eles não aceitaram o resultado das urnas e começaram a criar a instabilidade no país. Eu tive a honra de ser o representante de Lula nas eleições, mas com certa tristeza no coração porque eu queria era ver o Lula subir a rampa do Palácio do Planalto mais uma vez”, ponderou o candidato do PT nas últimas eleições.

A declaração de Haddad não é mera retórica. Intelectual brilhante, vencedor de inúmeros prêmios de gestão pública  e respeitado pela academia mundo afora, ele sabe o que está em jogo no país caso Lula permaneça mantido em cárcere político. “Quando o povo compreender o que está em jogo nós vamos juntar mais gente nas ruas.  Somos 10 mil aqui, mas estão acontecendo atos por todo o mundo. Lula não teve nenhum privilegio na vida, superou todos os obstáculos, abraçou o movimento popular, subiu a rampa e fez a diferença, e essa diferença que eles vão ter que aceitar, porque nós estaremos nas ruas defendendo os direitos do povo”, avisou para resposta imediata da militância vinda de todas partes do país.

É nas ruas, portanto, que a maior farsa existente no país no momento será desmascarada. “Um homem que não aprovou nenhum projeto, quem teve 30 anos de férias e se aposentou aos 33 anos de idade no exército. Essa elite conseguiu colocar um dos piores brasileiros na Presidência, e o melhor brasileiro na Polícia Federal. Lula é um homem que tem proposta, sabe cuidar das pessoas, cuidar dos pobres. Lula foi condenado por ter começado uma revolução no Brasil”, finalizou Haddad.

A carta de Lula

A condenação sem provas de Lula também tinha como objetivo calar o ex-presidente – desde o primeiro dia em que está sequestrado pela Justiça já tentaram de tudo para evitar que sua voz voltasse a tocar os corações e mentes do povo brasileiro.

Em vão. Por meio de cartas, ele tem feito mais pelo país do que o militar eleito por meio de fake news nas últimas eleições. A deste domingo (7), lida com a clareza de sempre da combativa presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, deixa isso muito claro.  “Há exatamente um ano, estou preso pelo crime de dedicar uma vida inteira à construção de um Brasil mais justo, desenvolvido e soberano”,relembra o ex-presidente logo no início da carta, para o pânico de quem hoje se arrepende em ter votado no despreparado Jair.

Por fim, com o otimismo que só os grandes seres conseguem preservar mesmo diante de tantas atrocidades, Lula avisa:  “Estamos vivos e fortes. Juntos, vamos reverter cada retrocesso, cada passo atrás na dura caminhada rumo ao Brasil que sonhamos e que provamos ser possível construir. Venceremos.”

E vencer, aqui, é mais uma vez negligenciar o que afirmou Marx no passado e fazer a história se repetir. Como glória.

Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias

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