Acompanhado por 850 militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o lançamento do filme Marighella no fim de semana que passou marcou a luta pela reforma agrária no país. O evento, com a exibição do filme, aconteceu no Assentamento Jacy Rocha, em Prado, no Sul da Bahia.
A obra cinematográfica conta a história do guerrilheiro baiano Carlos Marighella, que comandou um grupo de jovens que lutou contra a ditatura militar. Wagner Moura, diretor do filme, falou da importância do tema e da luta política construída na atualidade. Para ele, a sessão especial junto ao MST foi a mais importante que o filme já fez nesse período de lançamento pelo Brasil.
“Apresentar o filme nesse assentamento nos dá a sensação de que finalmente o filme encontra com seu público. O MST nos inspira e essa é uma noite que faz com que ser artista tenha sentido, que signifique algo”, afirmou Wagner Moura, diretor do longa.
Moura declarou ainda que a escolha pelo recorte sobre Marighella atende a vontade de que o filme seja popular, “que muita gente veja, sobretudo as pessoas pelas quais Marighella lutava, o que é uma questão quando você pensa que o cinema é um divertimento elitizado no Brasil”.
A exibição do filme contou com a presença da presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, do ator e diretor do filme, Wagner Moura, do ator Herson Capri, da produção e do elenco, além de lideranças do MST e da política baiana. A vereadora do PT em Salvador, Maria Marighella, neta de Marighella, também esteve presente.
Durante a programação do lançamento, o Assentamento Jacy Rocha também recebeu o Ato em Defesa da Reforma Agrária, reunindo políticos e personalidades de todo o país.
Censura
Com dois anos de espera para sua estreia, o filme sofreu censura de Jair Bolsonaro. O diretor do longa, Wagner Moura, afirmou que enfrentou dificuldades na produção do filme e que houve censura por parte do governo federal por meio da Agência Nacional de Cinema (Ancine).
O movimento Levante Popular da Juventude promoveu antes do lançamento do longa uma manifestação contra a censura ao filme Marighella no Brasil e pelo desmonte Ancine.
Em nota, o movimento expressou que a manifestação é uma forma de “valorizar a produção, cobrando mais investimento na cultura, e denunciar o atual governo”.
“Este governo vem promovendo um verdadeiro ataque aos órgãos culturais do nosso país, e a Ancine, agência que fomenta o cinema nacional, é uma ferramenta importantíssima para a valorização da cultura brasileira”.
Veja a galeria de fotos do lançamento do filme Marighella:
Da Redação, com informações do MST e Brasil de Fato