Está cada vez mais difícil para o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, conseguir esconder o ‘laranjal do PSL’, que comandou durante o ano passado. Agora, uma dirigente do partido em Minas Gerais falou, em depoimento à Polícia Federal, que gastos de campanha do ministro foram pagos em dinheiro vivo dentro de uma caixa branca da grife Lacoste, segundo publicação da Folha de S.Paulo. A quantia de 17 mil reais foi entregue dois dias antes das Eleições 2018.
Após o pleito, Ivanete Maria da Silva Nogueira afirmou que o assessor do ministro, Jandir Vieira Siqueira, não quis receber os recibos de serviços prestados. “Jandir disse que não precisava e que estava tudo ok. […] Depois disso, não atendeu mais as ligações”, afirmou em depoimento. Segundo a reportagem, a investigação não encontrou os casos relatados na prestação de contas entregue à Justiça pelo ministro.
O depoimento de Ivanete foi mais um indício que a polícia utilizou para sugerir a abertura de um novo inquérito para apurar o uso de Caixa 2 na campanha de Álvaro Antônio. A dirigente afirmou ainda que contratou panfleteiros para o hoje ministro e Celton Mesquita, candidato a deputado estadual, além de promover a reunião de abertura da campanha dos dois em setembro de 2018. Ivanete tem como provas as fotos do evento com a presença dos políticos e o contrato feito em nome e CNPJ da campanha de Álvaro Antônio.
Caixa 2 envolve campanha de Bolsonaro
Entre os outros elementos da investigação está a planilha de uma gráfica com a lista de pagamentos de serviços eleitorais. É nesse documento que está a referência ao material eleitoral de campanha de Álvaro Antônio e de Jair Bolsonaro, com a expressão “out”, que significa que foi realizado pagamento “por fora”.
Segundo revelou o depoimento do assessor de Álvaro Antônio, Haissander Souza de Paula à PF, o dinheiro desviado do esquema das candidatas laranjas de Minas também beneficiou Bolsonaro. “Parte dos valores depositados para as campanhas femininas, na verdade, foi usada para pagar material de campanha de Marcelo Álvaro Antônio e de Jair Bolsonaro”, afirmou. Se confirmada pela investigação da PF, a prática configuraria caixa 2, ou seja, movimentação de recursos de campanha sem declaração oficial à Justiça.
Na última sexta-feira (4), o ministro do Turismo foi indiciado pela Polícia Federal e denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais acusado dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa. Mesmo indiciado, Bolsonaro decidiu manter o ministro no cargo, demonstrando que prefere proteger seus aliados.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Folha de S. Paulo