A bancada do PT na Câmara defende que a PEC da reforma política vá para votação no plenário ainda nesta semana, segundo o líder Carlos Zarattini. Em entrevista coletiva, o deputado afirmou que o partido quer o barateamento das eleições e a garantia da expressão do voto – isto é, mesmo se o candidato não for eleito, o voto vai para deputados do mesmo partido.
“Nossa posição é caminharmos para a votação, nesta terça-feira, da PEC que estabelece o fim das coligações e a cláusula de barreira, e na próxima semana da que trata do sistema eleitoral e do fundo de financiamento de campanhas (PEC 77/03)”, disse ele. “O PT vai trabalhar para que aconteça as votações, para que exista debate político e para que façamos o que seja melhor para a democracia”, disse.
Zarattini também lembrou que o PT defende um teto baixo de gastos nas eleições, para impedir disparidades nas campanhas. Ele citou o exemplo de milionários que doam parte de sua fortuna para a próxima campanha como pessoas físicas – já que a doação de empresas foi proibida. “O PT vai trabalhar pelo barateamento das campanhas políticas, com teto de gastos e reduzindo o valor do autofinanciamento, evitando que um candidato com milhões de renda invista na própria campanha, desequilibrando a disputa”, disse.
O líder se posicionou contrário às coligações e à proliferação indiscriminada de partidos, o que pode ser extinto com uma das propostas em pauta.
Questionado sobre a votação da meta fiscal, Zarattini afirmou que o PT defende que essa votação ocorra mais para frente. “A situação financeira do governo é calamitosa. Esse orçamento que reduz diversos investimentos sociais e em infraestrutura tem que ser revisto”, disse. “Mesmo a nova meta não vai ser cumprida”, afirmou.
A meta de 2017 prevê déficit de R$ 139 bilhões e a de 2018, R$ 129 bilhões. O governo quer, no entanto, revisar o déficit para 159 bilhões em cada ano.
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