“Vamos fazer a revolução que esse país precisa. Revolução sem dar um único tiro, sem ferir ninguém. Uma revolução de cuidar do povo brasileiro.”
Com essas palavras, Lula encerrou seu discurso no comício que marcou o lançamento, em São Paulo, de sua chapa com Geraldo Alckmin (número 13) e das candidatura de Fernando Haddad (PT, número 13) para o governo de São Paulo e de Márcio França (PSB, número 400) para o Senado.
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Lula falou, neste sábado (20), para um Vale do Anhangabaú lotado por dezenas de milhares de pessoas, que enfrentaram o forte frio que faz na capital paulista para dizer não à violência, ao machismo e à desumanidade de Bolsonaro, e sim à reconstrução de um Brasil mais justo, igualitário e de oportunidades (assista ao evento no fim da matéria).
Ele pediu o empenho de todos para que, nesses 43 dias até as eleições, convençam parentes, vizinhos, colegas de trabalho a votar pela mudança. “A gente não pode sossegar. Queria pedir para ficarem espertos no zap e não deixar passar nenhuma mentira. E eu não tenho perna para andar em todas as casas, então quero tomar a perna de vocês emprestada”, disse.
Mulheres e religião
Boa parte do discurso foi dedicada às mulheres. Lula mostrou indignação com a forma como o governo Bolsonaro tem tratado as brasileiras. “Ainda hoje a gente vê que as mulheres não são respeitadas, vê o crescimento do feminicídio e da violência. Hoje, vi no jornal, 72% das mulheres brasileiras estão endividadas. E não é porque comprar dólar, porque foram para Miami, mas porque estão utilizando o cartão de crédito para comprar comida e levar para os filhos.”
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Em outro momento, Lula lamentou que algumas igrejas estejam agindo como palanques políticos que espalham mentiras. “Tem muita fake news religiosa correndo. Porque tem gente que não está usando a igreja para cuidar da fé, mas está fazendo da igreja um palanque político ou uma igreja para ganhar dinheiro”, alertou, completando que defende um Estado que respeita todas as religiões.
Elogios a Haddad
E, claro, Lula também pediu votos para Haddad, que, segundo o ex-presidente, foi o melhor ministro da Educação que o Brasil já teve. “Para nós, educação não é gasto é investimento. E, para nós, só a educação pode fazer o Brasil ser competitivo do ponto de vista internacional”, avaliou.
“Foi com Haddad na educação que saímos de 3,5 milhões de alunos nas universidades para 8 milhões, que a gente criou o Prouni e colocou 2 milhões de jovens da periferia na universidade, que o Estado passou a ser avalista do Fies e colocamos mais 2 milhões na universidade. Foi com o Haddad que pensou no Sisu e foi com ele que fizemos o governo que mais inaugurou universidades e universo”, descreveu.
Haddad: o futuro do país em jogo
Fernando Haddad, candidato do PT ao governo de São Paulo, conclamou os presentes a se empenharem como nunca na campanha para eleger Lula presidente e falou da importância de termos o Brasil e São Paulo “remando juntos para o lado certo da história”, com a vitória tanto na eleição nacional quanto na estadual.
“O que está em jogo não é uma eleição, mas o que vai ser deste país pelos próximos 20 anos. Se nós vamos eleger alguém que tem apreço pelo pior do nosso passado, patriarcal, racista, desigual, ou alguém que quer construir com vocês um futuro de mais dignidade, de mais igualdade, de mais tolerância, de mais oportunidade”, discursou.
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Dilma: “Temos a sorte de ter Lula”
A ex-presidenta Dilma Roussef fez questão de comparecer ao ato. “Eu estou aqui porque amo este país e tenho imenso orgulho deste povo”, anunciou. “Estou aqui porque estamos vivendo um momento decisivo. Nós temos oportunidade de reconstruir o nosso país, de reconstruir a autoestima do nosso povo”, completou, emocionada, após ter sido recebida com imenso carinho pelo público.
Dilma lembrou que as mulheres têm um papel fundamental nessas eleições, de recusar o governo de destruição e eleger Lula. “Essa é uma oportunidade única. Faltam poucos dias para a eleição, e nós temos que sair nas ruas e convencer cada um e cada uma a dar seu voto. Porque o voto, neste momento, é a única arma que nós temos, e é a arma democrática”, conclamou. “O Brasil tem sorte, porque a gente podia não ter o Lula, e a gente tem. Então eu peço: vamos aproveitar. Nós temos a pessoa certa no lugar certo”, concluiu.
Alckmin: com Lula, por emprego e oportunidade
Candidato a vice-presidente ao lado de Lula, Geraldo Alckmin (PSB) lembrou que o país andou para trás com Jair Bolsonaro, que, com negacionismo, levou quase 700 mil brasileiros à morte na pandemia.
“Estamos aqui para mudar o Brasil. Vocês são os heróis, as heroínas desta caminhada. O futuro não é destino, o futuro a gente cria. Nós estamos aqui com Lula pelo futuro, por emprego, renda oportunidade para os jovens e um Brasil soberano”, afirmou.
França: fora, Bolsonaro
Márcio França (PSB), candidato ao Senado apoiado por Lula (número 400), lembrou a importância do Vale do Anhangabaú para a democracia, tendo sido palco de grandes manifestações populares, como na época das Diretas Já, e falou da importância de se derrotar Jair Bolsonaro.
“O atual presidente é tchutchuca da braveza, é tchutchuca das armas, é tchutchuca das coisas que são infelizes, das opções equivocadas. E nós somos os tchutchucas da razão, das pessoas que se juntam, da união que a gente quer para o Brasil”, disse.
Da Redação