Para o bem do povo brasileiro, o governo Lula interrompeu a desastrosa trajetória de privatizações dos últimos seis anos no país. O Brasil andava na contramão do mundo. Na semana passada, o governo excluiu sete empresas do Programa Nacional de Desestatização sete empresas, entre elas a EBC e os Correios. Outras três foram retiradas do Programa de Parcerias de Investimentos. A determinação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) na ultima quinta-feira (6).
“Ótimo”, comemorou a presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, após a decisão. “Não adianta sair vendendo o patrimônio do povo para depois acontecer como lá fora, onde empresas estão sendo reestatizadas porque os serviços eram caros e ruins”, observou a deputada federal pelo PT do Paraná, em sua conta no Twitter.
“Quero que os chineses entendam que o dinheiro deles é muito bem-vindo, mas não para comprar nossas empresas; e sim para fazer novos investimentos”, alertou o presidente Lula, no mesmo dia, em café da manhã com a imprensa.
Privatizações causaram prejuízo
Como se sabe, as privatizações trouxeram enormes prejuízos ao país, em especial de empresas estratégicas ao desenvolvimento nacional, caso da Eletrobrás e da BR Distribuira. A entrega, sem planejamento, dos ativos do país resultou em maiores riscos de apagão e no aumento nas contas de luz e do preço do preço do combustível, já que o Brasil importa gasolina a preços dolarizados.
A BR Distribuidora, conhecida por sua excelência na produção, chegou a fornecer biodiesel em 100% do território nacional. Foi também pioneira no fornecimento de Gás Natural Veicular (GNV) no Brasil. A Eletrobras, por sua vez, era prestigiada como a maior empresa de energia elétrica do Brasil e da América Latina e a quinta maior empresa de energia renovável do mundo. Com geração de 13.803 empregos diretos, oferecia tarifas justas e segurança energética à população em todo o território nacional.
No caso do fechamento de fábricas de fertilizantes, a exemplo da Fábrica de Fertilizantes Hidrogenados, a Fafen, no Paraná, Bolsonaro condenou o país a uma vexatória condição de dependência internacional de insumos. O Brasil hoje importa 80% dos fertilizantes utilizados na produção agrícola e 96% de potássio. Lula agora inicia uma reversão desse cenário.
Novos investimentos em infraestrutura
“A Petrobrás financiará a pesquisa para novos combustíveis renováveis”, assegurou Lula, em pronunciamento sobre os 100 dias de governo, nesta segunda-feira (10). “Ao mesmo tempo, retomará o papel protagonista nos investimentos, ampliando a frota de navios da Transpetro e gerando emprego em nossos estaleiros”.
“Nosso programa de investimentos estratégicos em infraestrutura contará com seis eixos: transportes; infraestrutura social; inclusão digital e conectividade; infraestrutura urbana; água para todos e transição energética”, anunciou.
Entre as maiores estatais excluídas do processo de desestatização está a Pré-Sal Petróleo S.A., ligada ao Ministério de Minas e Energia.
Veja todas as empresas excluídas do PND:
EBC – Empresa Brasil de Comunicação;
ECT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos;
Dataprev – Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência;
Nuclep – Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A.;
Serpro – Serviço Federal de Processamento de Dados;
ABGF – Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias S.A.;
Ceitec – Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada S.A.
As empresas excluidas do PPI:
Conab- Armazéns e dos imóveis de domínio da Companhia Nacional de Abastecimento;
PPSA – Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A. – Pré-Sal Petróleo S.A.;
Telebras – Telecomunicações Brasileiras S.A.
Mais da metade da população é contra venda da Petrobrás, BB e Caixa
A percepção de que as privatizações, assim como o sucateamento do serviço público foram nocivos ao Brasil é forte entre a população. Quase metade dos brasileiros, 45% é contra as privatizações, de acordo com pesquisa do Datafolha divulgada no final de semana. Segundo o instituto, 38% são a favor e 14% não souberam opinar.
No caso da Petrobrás, do total de entrevistados, 53% são contra a entrega da empresa ao capital privado, enquanto 37% são a favor. O percentual é ainda maior quando os entrevistados foram perguntados sobre a desestatização do Banco do Brasil e da Caixa Econômica: 55% da população se posicionam contra a privatização, enquanto apenas 36% são a favor.
Da Redação