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Lula: “Ninguém demonstrou mais responsabilidade fiscal do que nós”

Em entrevista para veículos da imprensa internacional, ex-presidente lembrou políticas de suas gestões e afirmou: “Nenhum governo pode dar certo se não tiver credibilidade, estabilidade e previsibilidade”

foto: Ricardo Stuckert

Lula, na coletiva: "O Brasil foi único país do G-20 que fez superavit primário durante os mandatos meu e da Dilma" (Foto: Ricardo Stuckert)

O ex-presidente Lula (PT) defendeu nesta segunda-feira (22), durante coletiva à imprensa internacional na cidade de São Paulo, que o país precisa voltar a ter estabilidade econômica para gerar emprego, renda e melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro.

E com responsabilidade fiscal na implementação do Auxílio Brasil, com respeito às condicionalidades de saúde e educação, com crianças na escola e vacinadas, e as mães acompanhadas na gestação. “Ninguém nesse mundo demonstrou mais responsabilidade fiscal do que nós. O Brasil foi único país do G-20 que fez superavit primário durante os mandados meu e da Dilma. Único do mundo”, lembrou ele.

Para Lula, o país precisa voltar a crescer. “Nós vamos gerar muito emprego. Nós temos várias formas de fazer isso. Eu queria dizer para vocês que o Brasil precisa de três coisas, são palavras, que, na minha experiência de governo são quase mágicas. O país precisa de um governo que tenha credibilidade, estabilidade e a previsibilidade. As pessoas precisam saber o que vai acontecer no país à luz do dia”, declarou.

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A experiência exitosa do governo Lula foi rememorada justamente para mostrar que existem saídas possíveis para 2023. “Para mim, não é novidade pegar Brasil com inflação alta, nós já pegamos uma vez com 12%, ou com juros altos, porque em 2003 os juros estavam 24%, e para mim não é novidade altas taxas de desemprego, porque em 2003 o Brasil tinha 12 milhões de desempregados”, disse.

Lula defendeu que é necessário trabalho sério para trazer a taxa de juros e a inflação para um número considerado razoável. “Para isso, o Estado brasileiro vai ter que fazer um grande investimento em obras públicas.  Precisa ser indutor desse investimento para que ele motive a iniciativa privada a acreditar que o governo está falando sério. Porque se o governo falar e não acontecer, nenhum empresário vai fazer investimento. Então, o pontapé inicial tem que ser dado pelo governo”, disse.

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Estabilidade

Lula afirmou também que, caso eleito, pretende, logo em janeiro de 2023, se reunir com os 27 governadores para fazer um levantamento sobre a situação das obras de infraestrutura em cada estado. “Precisamos repactuar o pacto federativo, estabelecer relação estabilizada com governadores. Os governadores não são inimigos porque são de outro partido político. Um chefe de Estado, quando ele quer conversar com o governo, ele tem que conversar com o povo, não importa de que partido seja o governador”, declarou.

Neste sentido, o ex-presidente comentou que, simultaneamente, irá recuperar a capacidade de investimento do BNDES, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica, e que empresas públicas não serão privatizadas. “E nós vamos ter uma coisa muito importante, é que nós vamos colocar o Brasil para viajar no mundo, para mostrar ao mundo o que a gente quer fazer no Brasil para que, com essa credibilidade, convença investidores estrangeiros a confiar no Brasil para fazer investimentos novos e não para comprar empresas públicas”, afirmou.

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E prosseguiu. “Nós já fizemos uma vez e vamos fazer outra vez. Quando ganhamos as eleições em 2003, na teoria econômica muita gente dizia que o Brasil estava quebrado, dizia que o Brasil não tinha jeito, muita gente dizia: pobre, Lula, ganhou um país que ele não vai poder governar. E acredito que a seriedade de um presidente, a credibilidade que ele construiu junto à sociedade e aos empresários é que vai permitir que as coisas comecem a acontecer de forma positiva. Nós conseguimos mostrar isso, conseguimos pegar um país quebrado, conseguimos entregar um país crescendo 7,5% ao ano, conseguimos entregar, crescendo no comércio varejista quase 13% ao ano, conseguimos entregar, antes do golpe de 2016, 4,5% de desemprego, o menor desemprego que já teve na história do país”.

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Por fim, o ex-presidente reforçou que o aumento da pobreza deve ser combatido imediatamente. “Não tem sentido as pessoas estarem passando fome. É assim que vamos tentar resolver o problema da nossa economia. Você pode estar certo de que eu sei o tamanho do problema, tenho noção do tamanho do problema, estou fazendo física todo dia de manhã para estar preparado para carregar esse peso e tentar diminuí-lo”, completou.

Do site lula.com.br