No segundo dia de compromissos na China, Lula e sua comitiva de ministros foram recebidos, nesta sexta-feira (14), pelo presidente Xi Jinping na Praça da Paz Celestial, em Pequim. Foram saudados com um “bem-vindo” dado por crianças e por uma banda que tocou canções brasileiras, além dos hinos dos dois países.
Em seguida, Lula e Xi depositaram flores no Monumento aos Heróis do Povo e entraram no Grande Palácio do Povo. Ali, assinaram 15 acordos de relação comercial, cooperação para desenvolvimento de tecnologias e intercâmbio de conteúdos de comunicação, antes de uma reunião estendida e outra reservada entre os dois líderes.
Ao chegar ao Palácio, Lula disse desejar que a relação entre Brasil e China “transcenda a questão comercial” e lembrou da visita que fez, na quinta-feira (13), ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Huawei, em Xangai.
“Ontem fizemos visita à Huawei, em uma demonstração de que queremos dizer ao mundo que não temos preconceito em nossas relações com os chineses. Ninguém vai proibir que o Brasil aprimore a sua relação com a China”, disse o presidente.
Uma das empresas mais avançadas no desenvolvimento de tecnologia 5G, a Huawei se comprometeu a apoiar o desenvolvimento sustentável do Brasil, por meio de parcerias com foco em conectividade, inclusão digital, educação, saúde e reindustrialização.
A companhia chinesa, que atua há 25 anos no Brasil, já desenvolve, por exemplo, projetos de conectividade digital em zonas remotas da Amazônia e ações para conectar escolas públicas.
Xi, por sua vez, disse que as trocas com o Brasil é uma das prioridades da China e chamou Lula de “bom amigo”. “A China coloca as relações com o Brasil em um lugar prioritário nas nossas relações exteriores. O senhor é nosso amigo de longa data e um bom amigo. Foi com a sua atenção e apoio que as relações China-Brasil conseguiram um grande salto.”
LEIA TAMBÉM: Com Lula, trocas comerciais entre Brasil e China deram um salto
Equilíbrio da geopolítica
Na quinta-feira, ao participar da posse de Dilma Rousseff como presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), Lula já havia defendido uma maior união de Brasil, China e outros países emergentes para que eles possam se desenvolver juntos.
Antes do encontro com Xi Jinping, Lula foi recebido pelo presidente da Assembleia Popular Nacional da China, Zhao Leji, e pelo primeiro-ministro Li Qianga. Lula reafirmou o desejo de ampliar as relações e trabalhar conjuntamente para “equilibrar a geopolítica mundial”.
“É com a China que a gente mantém o mais importante fluxo de comércio exterior. É com a China que nós temos a nossa maior balança comercial e é junto com a China que nós temos tentado equilibrar a geopolítica mundial discutindo os temas mais importantes”, disse Lula. “Queremos elevar o patamar da parceria estratégica entre nossos países, ampliar fluxos de comércio e, junto com a China, equilibrar a geopolítica mundial.”
Da Redação, com informações de G1 e Palácio do Planalto