Bolsonaro precisa se calar e ouvir a ciência para que o Brasil possa vencer a crise do novo coronavírus, avalia o ex-presidente Lula. Em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo na noite desta quinta-feira (1º), Lula lamentou a tragédia causada pela negligência do governo na condução da crise sanitária, manifestou solidariedade às famílias das 221 mil vítimas e voltou a falar na necessidade de um esforço conjunto dos países que compõem o G20 para frear a escalada da doença, disponibilizando vacinas para todos os países.
“São 320 mil mortos no Brasil. Somente ontem morreram quase 4 mil pessoas vítimas do covid19”, frisou Lula. “Queria expressar minha solidariedade à família dessas pessoas e aos profissionais da saúde que estão na linha de frente” disse Lula, na entrevista.
“Estamos vivendo um genocídio, não um genocídio de estado, como o que foi praticado contra negros e indígenas. Mas o genocídio praticado pela irresponsabilidade de um único homem, que brinca com a doença, que zomba da doença, que inventa remédio”, afirmou o ex-presidente.
Lula disse esperar que a mudança no comando do Ministério da Saúde resulte na adoção de políticas de fato efetivas contra o vírus, especialmente diante de todas as dificuldades criadas por Bolsonaro a estados e municípios na luta contra a doença. Para Lula, governadores e prefeitos têm feito todo esforço necessário para combater ao vírus, levando o combate até a ponta.
“Da mesma forma que você não sabe falar sobre economia, não fale sobre sobre saúde“, apontou Lula. “Deixe o seu ministro da Saúde falar. Deixa o pessoal do SUS falar, deixa os governadores e prefeitos falarem”, destacou o ex-presidente.
Lula voltou a frisar a importância da vacinação, não apenas para o Brasil mas para a segurança sanitária mundial. “Criamos o G20 para tentar salvar a economia. Por que os líderes não se reúnem para discutir a covid-19? A vacina como bem público para todo mundo. Falta liderança para tomar decisão”, observou.
“Todos nós que temos responsabilidade com este país, [precisamos] fazer o esforço para que este país tenha vacina para vacinar todo mundo, que é a única garantia que nós vamos ter”, concluiu o ex-presidente.
Da Redação