Saúde reduz pela metade entrega de vacinas contra a Covid-19

Ministro da pasta anuncia corte de 47,3 para 25,5 milhões de doses em abril. População paga preço por negligência de Bolsonaro

Site do PT

Para a Fiocruz, a vacinação será "uma das mais importantes estratégias para o retorno e manutenção segura das atividades escolares presenciais"

Ao que tudo indica, o general Eduardo Pazuello passou o bastão da Saúde ao médico Marcelo Queiroga para tudo continuar como está, pelo menos no que diz respeito à vacinação contra a Covid-19. Em audiência pública na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (31), Queiroga reduziu novamente a previsão da entrega de vacinas. Desta vez, o corte é de quase metade do prometido para abril: de 47, 3 milhões para 25, 5 milhões de doses de vacina.

“Em relação às vacinas do mês de abril, a previsão é de 25,5 milhões de doses. Há atraso na entrega das duas principais indústrias nacionais: Butantan e Fiocruz. A questão da Bharat, a vacina indiana, a Anvisa suspendeu a planta”, justificou o ministro. Mais cedo, após ser cobrado pelo presidente da Câmara Arthur Lira, Queiroga falou em aprimoramento dos dados referentes à vacinação no país. 

“Apesar de contratadas [as vacinas] há atraso na entrega”, tentou explicar o médico. “Estamos empenhados em antecipar a entrega, não é simples, estamos empenhados em buscar com todas as armas que temos. Recursos existem, o que ocorre é falta de vacina”. Faltou ao ministro também reconhecer que o governo nada fez para adquirir imunizantes quando os principais laboratórios anunciaram o início da fabricação, ainda em 2020.

“Bolsonaro rejeitou oferta de um total de mais de 600 milhões de doses em 2020”, acusou o e deputado federal e ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT-SP). “Se tivesse aceito, poderiamos ter iniciado a vacinação em dezembro de 2020, como outros países. Se repetisse o que fizemos em 2009 e 2010 com

Lula na H1N1, [ele] estaria vacinado”, apontou Padilha, referindo-se à morte do ator João Acaiabe, o tio Baranabé do Sítio o Picapau, mais uma vítima da Covid-19.

Queiroga também jogou no colo dos prefeitos a responsabilidade na aquisição do chamado ‘kit intubação’, que reúne medicamentos necessários para a intubação de pacientes em estado grave. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o ministro limitou-se a dizer que é “importante” a participação da pasta da Saúde no processo.

Promessas de imunizar 1 milhão

Como seu antecessor, Queiroga voltou a vender ilusões ao assegurar a meta de vacinar 1 milhão de brasileiros por dia ainda neste mês. Sem explicar claramente como o objetivo será atingido, já que o governo não dispões de vacinas, Queiroga tentou se esquivar: “Já distribuímos quase 35 milhões de doses, mas temos notificação que apenas 13 milhões foram aplicadas. Isso não significa que as outras não foram aplicadas, há subnotificação. Precisamos de uma notificação rápida”, afirmou.

No mesmo dia, o governador do Piauí Wellington Dias apontou para a gravidade da falta de vacinas por incompetência do governo Bolsonaro. Após explicar como está o processo de imunização nos estados, Dias lamentou que i país tenha demorado tanto para iniciar a articulação para adquirir vacinas.

“O problema mesmo é falta de vacina”, ressaltou. “Nós temos é que apoiar esses heróis e heroínas que estão lá na ponta trabalhando para salvar vidas, com vacinação”, disse o governador.

Da Redação, com informações de Folha de S. Paulo

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast