Partido dos Trabalhadores

Lula: “Quem teve a vitória que tivemos, seguramente aumentará no 2º turno”

Lula se mostra confiante na vitória e lembra que, mesmo abusando da máquina pública, Bolsonaro foi rejeitado: “É a primeira vez que alguém que é presidente perde no primeiro turno” 

Ricardo Stuckert

Lula entre a esposa, Janja; a vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB); e a ex-ministra e deputada federal eleita Marina Silva (Rede)

Após se reunir com a coordenação de sua campanha e com líderes dos partidos que formam a Coligação Brasil da Esperança, em São Paulo, nesta segunda-feira (3), Lula se mostrou seguro de que a chapa formada por ele e Geraldo Alckmin (PSB) vencerá as eleições presidenciais. 

Lula terminou o primeiro turno com 48,4% dos votos válidos. “Quem teve a vitória que tivemos, seguramente a aumentará no segundo turno”, analisou, depois de lembrar bem humorado que o PT sempre venceu em dois turnos. “Nós somos especialistas em ganhar eleições no segundo turno” (assista ao pronunciamento abaixo).

Pelos mais de 57 milhões de votos recebidos, Lula agradeceu os partidos que o apoiam e todos aqueles que se engajaram na campanha, como sindicatos e movimentos sociais. 

“Mas a gente tem que agradecer a Deus sobretudo. Porque somente um poder superior é capaz de fazer com que a gente, enfrentando tudo que a gente enfrentou e o uso da máquina pública na campanha adversária, ter a vitória que tivemos. É uma coisa que a gente deve agradecer primeiramente a Deus, depois a vocês e aos eleitores brasileiros”, disse.

Bolsonaro perdeu mesmo com orçamento secreto

Ele ressaltou ainda que, mesmo liberando bilhões e bilhões de reais de forma eleitoreira e usando o orçamento secreto para favorecer seus aliados de forma criminosa, Jair Bolsonaro acabou rejeitado pela maioria da população brasileira.

“60% do povo brasileiro rejeitou o atual governo. Rejeitou nas eleições. É importante lembrar que é a primeira vez que alguém que exerce o cargo de presidente perde no primeiro turno. E vai perder muito mais feio no segundo porque a nossa distância vai aumentar”, garantiu.

Para ampliar a distância, Lula aposta na conversa com a sociedade brasileira até o próximo dia 30. “Temos que conversar com todas as pessoas que não votaram conosco no primeiro turno. Vamos conversar com todas as forças políticas que tenham representatividade, para somar, num só bloco, os democratas deste país”, avisou.

E acrescentou: “Precisamos conversar com aqueles que parecem não gostar da gente, que parecem não votar na gente. É com esses que nós vamos conversar”.

Dois projetos muito diferentes para o Brasil

Conversar e mostrar que há dois projetos muito diferentes sendo apresentados para o povo brasileiro. “A polarização é real e tem hoje dois lados: um que defende a democracia, o Estado de bem-estar social, e outro que foi genocida, que carrega nas costas a responsabilidade por pelo menos metade das mortes (na pandemia).”

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Lula disse representar o lado que se preocupa com a defesa do meio ambiente, do trabalho com direitos e salário valorizado, de mais recursos para o SUS e a educação. Que defende a real participação de negros, mulheres e indígenas na política, que busca a erradicação da miséria e da fome.

“É importante garantir ao povo brasileiro que ele vai continuar recebendo o auxílio emergencial, talvez na forma do Bolsa Família, fazendo com que as crianças estejam na escola e vacinadas. E garantindo que os filhos de até 6 anos recebam um aumento de R$ 150 por pessoa”, ressaltou.

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Na avaliação de Lula, nas próximas semanas, a sociedade brasileira vai aprender com muita rapidez a diferença entre as duas candidaturas. “Do outro lado, está um candidato que não gosta de democracia, de cultura, de livros. Que prefere falar em armas e não tem piedade nem compaixão pela fome de 33 milhões de pessoas. E é isso que vai ficar muito visível a partir de amanhã. Porque, a partir de amanhã, já estamos em campanha”, anunciou.

Da Redação