No contexto da retomada das relações do Brasil com países da América do Sul, o presidente Lula recebe, nesta terça-feira (30), 10 presidentes da região e um representante do governo do Peru, para uma reunião no Palácio Itamaraty, em Brasília. Além de uma maior integração, as principais pautas, segundo a divulgação oficial do encontro, tratam de questões comuns nas áreas de saúde, infraestrutura, energia, meio ambiente e combate ao crime organizado.
“Recebo nesta semana em Brasília presidentes da América do Sul, para juntos discutirmos o futuro da nossa região. Nenhum país cresce sozinho. Temos que trabalhar com nossos vizinhos na construção de parcerias pelo desenvolvimento econômico da região, fortalecimento de laços culturais e na defesa da democracia. Bom dia e boa semana a todos!”, disse Lula, no Twitter.
Deverão participar do encontro os presidentes Alberto Fernández (Argentina), Luís Arce (Bolívia), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Guillermo Lasso (Equador), Irfaan Ali (Guiana), Mário Abdo Benítez (Paraguai), Chan Santokhi (Suriname), Luís Lacalle Pou (Uruguai) e Nicolás Maduro (Venezuela). A atual presidenta do Peru, Dina Boluarte, impossibilitada de comparecer, será representada pelo presidente do Conselho de Ministros, Alberto Otárola.
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O encontro terá duas sessões, na terça (30), no Palácio do Itamaraty. Pela manhã, os convidados serão recebidos pelo presidente Lula e, na sequência, farão os discursos de abertura. Para a parte da tarde, está prevista uma conversa mais informal, em formato reduzido, em que cada presidente será acompanhado pelo respectivo chanceler e apenas um ou dois assessores. À noite, os chefes de Estado e delegações participarão de um jantar oferecido por Lula e pela primeira-dama, Janja da Silva, no Palácio da Alvorada.
Os líderes sul-americanos atenderam a um convite feito por Lula, que busca retomar a cooperação dentro do continente. A embaixadora Gisela Figueiredo Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, falou sobre a importância do encontro. “A ideia é retomar o diálogo e a cooperação com países sul-americanos. Identificar denominadores comuns”, disse.
“A região dispõe de capacidades que serão chaves no futuro da humanidade, como recursos naturais, água, minérios, área para produção de alimentos. Uma agenda concreta de cooperação pode ser iniciada imediatamente”, afirmou a embaixadora, durante um briefing sobre o encontro, no Itamaraty.
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A reunião já havia sido anunciada no início do mês pelo governo. Na ocasião, o presidente Lula indicou ser “imperioso que voltemos a enxergar a América do Sul como região de paz e cooperação, capaz de gerar iniciativas concretas para fazer frente ao desafio, que todos compartilhamos e almejamos, do desenvolvimento sustentável com justiça social”.
Segundo o Itamaraty, um encontro desse porte não ocorre há, pelo menos, sete anos. “O principal objetivo desse encontro é retomar o diálogo com os países sul-americanos, que ficou muito truncado nos últimos anos, e é uma prioridade do governo Lula. Temos consciência que há diferenças de visão e diferenças ideológicas entre os países, mas ele [Lula] quer reativar esse diálogo a partir de denominadores comuns com os países”, explicou a embaixadora Gisela Padovan.
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Embora o governo brasileiro evite apontar uma proposta específica, há a expectativa de que os presidentes discutam formas mais concretas de ampliar a integração, incluindo a possibilidade de criação ou reestruturação de um mecanismo sul-americano de cooperação, que reúna todas as nações da região. Atualmente, não existe nenhum bloco com essas características.
Da Redação