“Eu vim dizer às nossas instituições: o Brasil vai voltar à normalidade.” Assim Lula explicou a agenda que cumpriu, ao lado do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, na quarta-feira (9), em Brasília. Ele se reuniu com os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado e com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Durante a campanha eleitoral, o presidente eleito assumiu o compromisso de proteger os interesses do povo brasileiro com total respeito à democracia. Para isso, prometeu buscar sempre o diálogo e respeitar as instituições. É o que já está fazendo, antes mesmo da posse.
Os dois primeiros encontros do dia foram com os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco. Lula e Alckmin foram acompanhados pela presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e pelo presidente da Fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante.
Correção do orçamento
As conversas com Lira e Pacheco são importantes porque a primeira missão dada por Lula ao governo de transição, coordenado por Alckmin, é corrigir as graves falhas que existem na proposta de orçamento enviada por Jair Bolsonaro.
O presidente derrotado nas urnas não previu, para o ano que vem, recursos para o auxílio de R$ 600 nem para o reajuste do salário mínimo acima da inflação. Sem falar que praticamente ignorou programas sociais importantes, como o Farmácia Popular e ações de combate à seca e de apoio à agricultura familiar. E todas essas correções que Lula pretende fazer precisam ser aprovadas pelo Congresso.
“Eu vim aqui para dizer do nosso respeito às instituições e da relação que a gente pretende manter com a Câmara dos Deputados e com o Senado. Eu não enxergo essa coisa de Centrão. Eu enxergo os deputados que foram eleitos e com quem, portanto, nós vamos ter que conversar para garantir as coisas necessárias para a vida do povo brasileiro”, disse Lula.
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Harmonia entre poderes
No meio da tarde, Lula chegou à sede do STF, onde era aguardado pela presidenta Rosa Weber e os demais ministros da Corte, com exceção de Luís Roberto Barroso, que está no Egito, para a Conferência da ONU para o Clima (COP), da qual Lula também participará. Ele ainda se encontrou com os presidentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A conversa com o Judiciário vai ao encontro do compromisso de Lula de governar com respeito às demais instituições, atuando para manter a harmonia entre os Poderes, o que, no governo que se encerra, foi impossível, devido ao descontrole emocional e ao total desrespeito à democracia demonstrados pelo ainda presidente.
Da Redação