“É importante vocês lembrarem que já faz quatro anos que o salário mínimo e a merenda escolar não têm nenhum aumento real, que as categorias profissionais não conseguem negociar aumento real. É por isso que o povo brasileiro precisa tirar Bolsonaro. Não é apenas para eleger outro presidente. É para conquistar uma coisa que é sagrada, que é a liberdade e o direito de comer três vezes ao dia.”
Foi assim que Lula conclamou o povo brasileiro a não deixar de votar, ao conversar com jornalistas neste sábado (22), antes de sair em passeata pela região de Ribeirão das Neves, na Grande Belo Horizonte. Ele estava acompanhado da senadora Simone Tebet (MDB-MG), da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede-SP) e do atual e do ex-prefeito da capital mineira, Fuad Noman e Alexandre Kalil, ambos do PSD.
“No dia 30, o povo vai ter que escolher entre a desumanidade e a humanidade. Está chegando o dia da gente escolher, e é preciso a gente ter clareza: esse cidadão é um destruidor de esperança, é um destruidor de sonhos”, disse Lula.
“Ele passou o mandato inteiro dele aumentando a gasolina, aumentando o óleo diesel, aumentando o gás. Chegou perto das eleições, ele decidiu reduzir. Se fez isso para tentar ganhar as eleições, é porque poderia ter feito antes. Não fez porque é um subordinado das empresas que hoje importam gasolina”, denunciou.
“Poderíamos hoje ter outro país”
Para Lula, a sociedade deve estar atenta ao que fez Bolsonaro nos quatro anos de governo. “Um cidadão desumano, que não acredita na educação, tira dinheiro da educação, tira dinheiro da saúde e tenta incentivar a sociedade a comprar cada vez mais armas. Armas não educam, armas matam. E matam crianças.”
“Se a gente tivesse um presidente que, em vez de incentivar armas, incentivasse a educação, a saúde, a cultura, a gente teria um outro país hoje”, continuou Lula.
“E vocês se lembram que esse país já foi mais feliz, que as pessoas comiam melhor, que as pessoas viajavam, compravam carro, trocavam de televisão, podiam comprar computador e celular.”
Lula prosseguiu lembrando que hoje temos 80% da sociedade endividada, sendo a maioria pessoas que ganham até R$ 4 mil e mulheres que tomam conta da família sozinhas.
“Por isso vamos renegociar essas dívidas”, comprometeu-se Lula, que também prestou solidariedade a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede-SP), que acompanha Lula na visita a Minas Gerais e foi ameaçada e xingada por um bolsonarista em um restaurante em Belo Horizonte, na sexta-feira.
Lula dirigiu-se às mulheres também ao discursar para o público em Ribeirão das Neves: “No nosso governo, a mulher será tratada com respeito, como um agente da história, como um sujeito de direitos, que não precisa pedir autorização de ninguém para fazer o que quer.”
Tebet: “Mulheres vão decidir essa eleição”
A agressão às mulheres foi criticada tanto por Marina quanto pela senadora Simone Tebet (MDB-MS). “São as mulheres que vão decidir essa eleição. Vão decidir contra um presidente misógino, que estimula a violência contra as mulheres, estimulando inclusive que políticos agridam as mulheres”, disse Tebet, lembrando que também a ministra do STF Cármen Lúcia foi vítima de agressões por parte do ex-deputado Roberto Jefferson.
“Nós mulheres vamos eleger Lula e unir o Brasil com amor e coragem”, prosseguiu a senadora, que, mais tarde, ao discursar no palanque montado em Ribeirão das Neves, lembrou: “Enquanto Bolsonaro diz que mulheres têm que ganhar menos porque engravidam, Lula já assumiu o compromisso de regulamentar salário igual para homens e mulheres”.
Marina Silva agradeceu a solidariedade prestada por Tebet e classificou a violência que se espalha no país como algo “incompreensível”.
“Se uma pessoa é capaz de dizer o que foi dito pelo Roberto Jefferson contra uma ministra do Supremo, o que eles não são capazes de fazer e de dizer contra as mulheres de uma forma em geral?”, indagou a ex-ministra, hoje deputada federal eleita.
No palanque, ela dirigiu-se a Lula: “Não é por acaso que, enquanto Bolsonaro agride as mulheres, desrespeita as nossas adolescentes, dizendo que pintou um clima, você está na reta final da sua campanha com duas mulheres lhe apoiando, em um grande movimento de legítima defesa do povo preto, de indígenas, das mulheres, dos jovens, dos trabalhadores, dos empresários e empresárias de bem”.
Da Redação