São as mulheres do campo que lideram e promovem ações concretas para melhoria da qualidade de vida e de um ambiente mais sustentável: diversificam a renda; garantem a segurança alimentar; protegem a biodiversidade; defendem territórios, atuam na agroecologia e na economia solidária e do bem. Mas, ainda são elas as mais desproporcionalmente afetadas no acesso à terra, trabalho, igualdade, justiça e dignidade.
Este é o Especial “Pelo que lutam as trabalhadoras”, iniciativa do projeto Elas Por Elas para a semana que celebra o 1 de maio, dia do trabalho. Diante dos desafios contemporâneos, conversamos com mulheres dirigentes de diversas categorias para difundir e compartilhar as demandas das mulheres da classe trabalhadora.
“Ser trabalhadora rural e resistir ao trabalho árduo mas ao mesmo tempo ser guardiã da vida com produção de alimentos saudáveis.”
Maria Guanamar Soares de Sousa é presidenta da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Tocantins (FETAET), pelo segundo mandato e vice presidenta diretório estadual dos Partidos dos Trabalhadores do estado do Tocantins. A Militância de Guanamar no segmento rural e partidário que começou em 2006, se deu pelo esforço e resistência da mãe Cícera, que luta por direitos e igualdade.
Aos 16 anos de idade, já foi candidata a vereadora, fez parte da FETAET de São Sebastião, Buriti e Esperantina, localizado no Bico do Papagaio e fez parte da secretaria de jovens na diretoria do SRTTR. Logo depois, ocupou o cargo de conselheiro fiscal da FETAET, sendo suplente e da diretoria da secretária de jovens, secretária de formação e organização sindical.
1) Quais são as principais reivindicações das mulheres que são trabalhadoras rurais?
Lutamos por mais condições de produção através de crédito específico para as mulheres; ampliação dos canais de comercialização Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE); compra direta, organização do município para a emissão do Selo de inspeção municipal (SIM); valorização dos espaços de feira e valorização da produção da agricultura familiar.
2) Quais as principais dificuldades de ser mulher dentro da categoria?
A luta continua contra o machismo; aprovação da capacidade, a conciliação do cuidado da família com a vida política e sindical; falta de investimento na participação das mulheres mães.
3) Quais são as perspectivas de organização e conquistas para 2022 e no próximo período?
Avançar no fortalecimento do Sistema único de Saúde (SUS) para melhorar as políticas de saúde às mulheres; lutar por crédito para a atividades produtivas das mulheres; ampliar os espaços de feira de economia solidária; retomada das escolas do campo; organização e investimento na participação das mulheres mães nos espaços formativos e produtivo quanto na militância sindical e política.