Na manhã desta segunda-feira, 24 de junho, quando a Vigília Lula Livre completa 443 dias, cerca de 400 militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Paraná, entre acampados e assentados, engrossaram as manifestações pela liberdade do ex-presidente.
As atividades culturais e de formação, como parte de uma agenda de resistência e luta pela liberdade de Lula, acontecem desde o dia 07 de abril de 2018, quando ele foi preso na sede da Polícia Federal, em Curitiba. Nesta semana, diversas caravanas do MST vieram à Curitiba para aguardar o julgamento de habeas corpus de Lula, agendado pela segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF) para esta terça (25). Dos cinco ministros da turma, dois já se posicionaram contra a soltura.
A diferença é que o país vive há duas semanas acompanhando os reflexos da chamada “Vaza Jato”, divulgação de mensagens de telegram trocadas entre procuradores do MPF no Paraná que compõem a Força Tarefa da Lava Jato e o ex-juiz federal Sergio Moro, atualmente ministro da justiça do governo Bolsonaro. As mensagens estão sendo publicadas pelo The Intercept Brasil e foram obtidas por uma fonte.
“Viemos buscar o Lula”
Durante o “Bom Dia Presidente Lula” desta manhã, as diversas brigadas populares do MST no Paraná se enfileiraram, entoaram o hino do movimento e seus motes de resistência. Che Guevara, Teixeirinha, José Martí, Dorcelina Folador, Ulisses Manassás, Carlos Mariguela, Zapata, Quilombo dos Palmares, o nome das brigadas homenageia a luta internacionalista pelo socialismo e pela reforma agrária popular. De acordo com o que foi anunciado pelos militantes, a ocupação do espaço na Vigília nesta semana é para “ajeitar as fileiras da resistência” e “buscar o Lula”.
As ações nesta segunda-feira, 24 de junho, são parte do “Dia Nacional de Agitação Lula Livre”, que, de acordo com o vice-presidente da CUT Paraná, Marcio Kieller, é uma orientação da coordenação da Vigília Lula Livre pela realização de atos descentralizados por todo o país em defesa da liberdade do ex-presidente. A CUT compõe a coordenação da Vigília junto ao PT, MST e ao MAB, o Movimento dos Atingidos por Barragens.
Ainda nesta manhã, a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, divulgou que o julgamento do habeas corpus de Lula foi colocado como última pauta entre 11 que a segunda turma deve julgar e que foi transferido para o segundo semestre porque não haveria tempo para a mesma sessão.
Por Paula Zarth Padilha do Terra Sem Males