Depois da pandemia descontrolada do Covid-19 no Brasil, dos ataques de Jair Bolsonaro às instituições democráticas e à própria democracia brasileira, agora são as suspeitas do envolvimento do presidente da República e de sua família com a corrupção que estão nas manchetes dos jornais estrangeiros e ganham repercussão internacional.
A prisão de Fabrício Queiroz, amigo e aliado de Bolsonaro, suspeito de corrupção, ganha ampla cobertura na mídia europeia e norte-americana. Nesta sexta-feira, 19 de junho, o jornal inglês The Guardian informa que a prisão de Queiroz, apresentado como “aliado do presidente”, está ligada à investigação envolvendo o filho dele, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
“A prisão de Queiroz foi particularmente prejudicial para o populista de direita, eleito em 2018, que se apresentava como um intruso político no estilo Trump, que luta para livrar o Brasil da corrupção”, diz o diário britânico. O Guardian reporta que as operações fazem parte de “uma investigação de longa data” sobre suspeitas de que Flávio Bolsonaro tenha cometido crime de corrupção durante 15 anos como deputado. A suspeita é que Queiroz tenha desempenhado “papel fundamental” no suposto esquema.
O português Diário de Notícias também repercute na edição desta sexta a prisão de Queiroz – “figura central do caso de desvio de dinheiro” na Assembléia Legislativa do Rio, onde o filho do presidente atuava até 2018 como deputado estadual. “O braço-direito do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro é considerado a peça chave do esquema de corrupção, chamado de ‘rachadinha’, que desviava dinheiro de assessores fantasmas do gabinete do hoje senador”, informa o jornal.
A agência espanhola de notícias EFE distribuiu despacho informando que a prisão aumenta a pressão sobre o presidente. A France Presse destaca: “Corrupção no Brasil: prisão de assessor de filho de Bolsonaro”.
‘Tensão no governo’
Os jornais argentinos Clarín e Página 12 também noticiam a detenção de Queiroz é peça chave em caso de corrupção envolvendo o filho do presidente, e que o caso elevou a tensão no governo. O ex-assessor é acusado de desviar dinheiro público, destacam os dois impressos.
As agências mostram que a imprensa brasileira vincula Flávio a membros de um notório esquadrão da morte. “Um jornal local chamou de ‘falange mais letal e secreta do Rio de Janeiro”, reporta o inglês The Guardian. As agências chinesa Xinhua e alemã DPA também destacam a prisão por corrupção.
A agência Reuters também reforça que o ex-assessor do filho do presidente foi preso em investigação por corrupção. A Associated Press relata que a prisão é “mais um golpe” no líder de extrema-direita. Emissoras de notícias de grande influência global, como as americanas CNN e Fox News, além da inglesa BBC, também dão ampla repercussão.
“Bolsonaro foi eleito em 2018 por uma onda de sentimento anticorrupção e com promessas de limpar a capital, Brasília”, lembra a AP. Os textos das duas agências são reproduzidos em mais de mil veículos e sites jornalísticos ao redor do mundo, inclusive jornais influentes como New York Times e Washington Post.
Da Redação