Os ministérios da Igualdade Racial do Brasil e da Igualdade da Espanha divulgaram nota conjunta nesta terça-feira (23) em que condenam de maneira contundente e veemente os ataques racistas contra o jogador brasileiro Vinicius Jr, como também manifestaram a sua solidariedade incondicional ao atleta do Real Madrid.
“Atitudes racistas, sexistas e fascistas dentro e fora dos campos de futebol são intoleráveis em uma democracia”, diz o documento assinado pelas ministras Anielle Franco e Irene Montero.
Vinicius Jr – que já há algum tempo vinha sendo vítima de injúrias raciais na Espanha – novamente sofreu insultos racistas no último domingo (21) por parte da torcida do Valencia, que disputava partida contra o Real Madrid em seu estádio.
Na nota, além de registrarem que o racismo “constitui uma grave violação dos direitos humanos e perpetua a desigualdade e a discriminação”, os dois ministérios cobraram das instituições competentes uma resposta mais efetiva e ágil contra todos os casos de racismo e discriminação que ocorrem no esporte, para que não fiquem impunes.
O documento lembra também que o racismo é estrutural em nossas sociedades e que eventos como o ocorrido em Valência não são isolados, mas estão profundamente enraizados na sociedade.
Prisões na Espanha
Após o novo episódio de agressão racista a Vinicius Jr, as autoridades espanholas finalmente resolver agir com maior rigor com relação aos casos sistemáticos de racismo que já vinha ocorrendo em vários estádios da Espanha contra o atleta.
Nesta terça-feira, a polícia espanhola realizou a prisão de três suspeitos de ataques cometidos contra o atleta negro antes e durante a partida entre Valencia e Real Madrid. Os torcedores presos têm entre 18 e 21 anos e pertenceriam a uma torcida organizada formada por militantes fascistas e simpáticos ao nazismo na Espanha.
No mesmo dia, outras quatro pessoas também foram presas pela polícia da Espanha suspeitas de serem as responsáveis pela simulação do enforcamento do jogador brasileiro através de um boneco que apareceu pendurado em uma ponte Madrid e que trazia .o número 20 na vestimenta, que é o número da camisa de Vinicius Jr no Real.
O episódio que simbolizava um ato de violência extrema contra o jogador ocorreu no fim do mês de janeiro deste ano, justamente antes do clássico madrilenho entre o Real Madrid e o Atlético de Madrid. Segundo as autoridades, três dos quatros suspeitos detidos, com idades entre 19 e 24 anos, seriam membros da torcida organizada “Frente Atlético” da equipe do Atlético de Madrid.
Inquérito contra senador bolsarista
E nesta quarta-feira (23), o líder do PT no Senado, senador Fabiano Contarato (PT-ES) pediu a abertura de inquérito policial por injúria racial contra o senador Magno Malta (PL-ES), após o parlamentar ter feito no Senado Federal declarações de cunho racista a respeito da repercussão dos ataques ao jogador Vinícus Jr.
Da Redação