CPI das Apostas Esportivas deve chegar aos culpados sem prejudicar o futebol brasileiro, afirmam petistas

“Que a CPI apresente um relatório que tenha soluções para estancar e evitar que novas fraudes aconteçam no futebol brasileiro”, disse o deputado Jilmar Tatto (PT-SP)

Bruno Spada

Para o deputado Washington Quaquá (PT-RJ) é preciso investigar os culpados, mas preservar o Campeonato Brasileiro

Em reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Manipulação de Resultado em Partidas de futebol, nesta terça-feira (23), os deputados do PT afirmaram que o relatório final deve apontar os culpados e apresentar soluções para evitar novas fraudes no futebol brasileiro.

“Que a CPI apresente um relatório que tenha soluções para estancar e evitar que novas fraudes aconteçam no futebol brasileiro”, disse o deputado Jilmar Tatto (PT-SP). Ele também observou que o futebol é a paixão dos brasileiros e que quando tentam burlar os resultados a paixão se perde. “O futebol é a paixão nacional. É o que unifica esse País. É onde não se discute a ideologia, mas se discute a paixão pelo time. Quando você tem pessoas que agem no sentido de burlar o resultado essa paixão vai embora, se perde”, lamentou.

Para o deputado Washington Quaquá (PT-RJ) é preciso investigar os culpados, mas preservar o Campeonato Brasileiro. “Nós temos que preservar o Campeonato Brasileiro, preservar o futebol brasileiro e, obviamente, investigar aqueles que cometeram crime e deixar claro que o crime não é a tônica do futebol brasileiro. A tônica do futebol brasileiro é o espetáculo, é a alegria, é a alma nacional”.

A instalação da CPI foi motivada por investigação do Ministério Público de Goiás (MPGO), que mostrou que apostadores aliciavam atletas das séries A e B do Campeonato Brasileiro de 2022 e alguns Estaduais de 2023, para que eles fossem punidos com cartões, favorecendo apostadores.

Com o prazo de 120 dias para terminar, serão ouvidos dirigentes de federações e clubes, atletas, árbitros, apostadores, entidades representativas, membros do governo, da Polícia Federal e do Ministério Público de Goiás.

Aprimorar a legislação

O deputado Washington Quaquá também acha que é preciso aproveitar a CPI para mudar a legislação brasileira em dois pontos principais: no financiamento das divisões de base e a regulamentação das apostas.

“É importante que os bilhões arrecadados com esses jogos, essas apostas, que uma parte seja revertida para as divisões de base, para aqueles – que lá na várzea, lá no bairro, lá na periferia – lutam com muita dificuldade para manter um clube de futebol que é onde a criança começa a jogar e aparecer. Segundo, que a gente possa regulamentar – o Governo já está mandando a MP (Medida Provisória) – essas apostas e restringir essas apostas a número x de possibilidades, e que não dê possibilidades para que haja roubalheira, fraude e aliciamento do futebol brasileiro”, apontou o parlamentar.

O deputado Reimont (PT-RJ) manifestou preocupação de que a CPI não seja desvirtuada e que grandes contraventores sejam punidos. “Um cuidado que temos que ter é não terminarmos uma CPI culpabilizando os pequenos. Tem muita gente grande envolvida neste processo e é preciso colocar todo mundo na roda. Porque se não daqui a pouco a gente penaliza um pequeno lá da ponta e deixa os grandões soltos, sem que eles sejam chamados à responsabilidade”.

Testemunhas

Durante a reunião foi aprovado requerimento de convite para ouvir, como testemunha, o presidente do Vila Nova Futebol Clube, Hugo Jorge Bravo, que denunciou ao MP-GO, em novembro de 2022, a existência de um esquema para beneficiar apostadores. Também serão ouvidos os promotores Fernando Cesconetto e Cyro Terra Peres, do Ministério Público de Goiás.

Cesconetto é o responsável pela condução da Operação Penalidade Máxima, que apura as irregularidades. Cyro foi chamado por ser o procurador-geral no MP goiano.

Os deputados petistas Alencar Santana (PT-SP), Jilmar Tatto, Kiko Celeguim (PT-SP) e Washington Quaquá são os titulares da CPI. Os suplentes são os deputados Alfredinho (PT-SP) e Reimont, e as deputadas Denise Pessôa (RS) e Dilvanda Faro (PT-PA).

Do PT na Câmara

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