Psicodelia é um dos termos usados para definir a música feita pela banda britânica Pink Floyd e um de seus fundadores Roger Waters, que passou pelo Brasil no início de outubro, e tem como definição a exuberância de sentidos. Curiosamente, a palavra também parece se encaixar perfeitamente para explicar (ou não) o que pensam alguns dos agentes do golpe como o ministro da Cultura Sérgio Sá Leitão.
Talvez por se dizer – pelo menos antes da passagem recente do músico pelo país – fã de Waters, Leitão tenha sido influenciado pelos efeitos psicodélicos de suas canções antes de decidir publicar no Twitter uma suposta denúncia de caixa 2 recebida pelo músico para fazer campanha contra Jair Bolsonaro no Brasil. O ministro só esqueceu de provar a declaração e ainda mostrou não saber muito sobre o britânico que há décadas critica e condena em seus shows qualquer ameaça autoritária em todas as partes do mundo.
Leitão, que esteve no show de Roger Waters em São Paulo, disse à Folha de S. Paulo que conversou com o empresário do ex-Pink Floyd e desabafou: “Confesso que, pensando como público, como fã, eu estou de saco cheio. A gente não consegue mais ir a um show ou ver um filme sem que haja algum tipo de manifestação política. Muitas pessoas estão com essa sensação”.
Disse ainda que tenta manter a pasta longe da disputa eleitoral, fato contrariado por ele mesmo ao sair em defesa do radical da extrema-direita e ainda bater boca com os internautas durante horas para tentar justificar as suas “denúncias” contra o músico.
Waters, em entrevista ao mesmo jornal, disse que Leitão está no emprego errado. “Não sei o ele que faz, mas não deveria estar numa posição de poder sobre questões culturais se dá uma declaração dessas. Porque cultura inclui música, e ela pode expressar muito da condição humana. Acho que ele deveria renunciar”, declarou.
O britânico pode ter perdido um fã. Em contrapartida, a psicodelia ganhou mais um representante para chamar de seu.
Gente de bem
Não contente em passar vergonha sozinho na internet, Leitão teve a “sorte” de contar com o apoio da militância formada ex-jogadora de volêi Ana Paula Henkel, fã declarada de Aécio Neves. Na mesma rede social, a hoje militante da extrema-direita publicou foto ao lado do ministro ironizando o escândalo das fakes news propagadas pela campanha de Bolsonaro. Como se vê, a turma que defende a moral e os bons costumes não dão bola nenhuma para a ética e o respeito ao processo eleitoral.
Da Redação da Agência PT de Notícias