O deputado federal Paulo Pimenta (RS), líder do PT na Câmara, entrevistou, nesta sexta-feira (12), José García Molina, militante do partido espanhol Podemos e vice-presidente da comunidade autônoma Castilla-La Mancha. No diálogo, Molina contou que está no país pela segunda vez e que enxerga semelhanças entre as conjunturas da Espanha e do Brasil. Para ele, o avanço do neoliberalismo é uma questão global.
“Na Europa, faz pelo menos uma década que vivemos um giro autoritário. Países como a Espanha, a Grécia e Portugal ajudaram a conter essa onda, por meio de aliança entre organizações progressistas, mas nos últimos anos há um avanço da direita, como acontece no mundo todo”, afirmou o líder partidário espanhol.
Molina acredita que, internacionalmente, as oligarquias estão trabalhando para colocar em xeque os valores e princípios fundamentais da democracia e da participação popular. O momento é difícil, mas, em sua análise, é também um terreno propício para disputar os rumos da política. “Justamente quando vivemos as situações mais adversas, é preciso lutar e dialogar ainda mais”, reiterou ele.
Pimenta mencionou que, no Brasil, os setores progressistas têm feito um grande esforço para compreender o ressurgimento das ideologias excludentes da direita reacionária. Para Molina, a esquerda tem dois grandes desafios, internacionalmente, neste momento. O primeiro é descobrir os caminhos para a construção de uma identidade nacional e transnacional inclusiva e o segundo é disputar a ideia de pátria acolhedora, que seja vinculada aos direitos sociais e políticos.
De acordo com o militante do Podemos, o liberalismo e o neoliberalismo não poderão ser alternativas reais para a dissolução das desigualdades, que não param de crescer. “Não pode ser que os ricos tenham tudo e a classe trabalhadora não tenha nada”. Para Pimenta a tarefa é enfrentar essa lógica, a nível mundial. É por isso que, para o deputado petista, os partidos de esquerda de todo o mundo precisam dialogar, cada vez mais.
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Da Redação da Agência PT de notícias