Partido dos Trabalhadores

Moro e genro de Léo Pinheiro são recompensados por Bolsonaro

Além do ex-juiz, que interferiu nas eleições e virou ministro da Justiça, novo presidente da Caixa tem familiaridade com principal delator e única fonte usada para incriminar Lula

Ainda que insista em tentar convencer a população de que montou sua equipe com base em critérios técnicos, fica cada vez mais claro que o governo Bolsonaro tem quitado algumas dívidas e dado aval para a nomeação de personagens que foram decisivos para impedir que Lula disputasse as eleições e abrisse caminho para que vencesse o pleito eleitoral – também com ajuda substancial de fake news.

Além do ex-juiz Sérgio Moro, responsável pela condenação sem provas do ex-presidente, o mandatário do Executivo deu cargo ao banqueiro Pedro Guimarães, genro de Léo Pinheiro, delator que tornou-se a única fonte de denúncia contra o ex-presidente – embora não tenha conseguido provar nada do que disse à PF.

A presença de Moro e Guimarães escancaram a promiscuidade entre o atual governo com algozes de Lula, vítima de um processo injusto que teve, entre outros objetivos, impedi-lo de disputar (e vencer) as eleições presidenciais de 2018.

Entenda quem é quem:

Sérgio Moro

A formalização do ingresso do juiz Sérgio Moro na política e a revelação de conversas por ele mantidas durante a campanha presidencial com a cúpula da campanha do presidente eleito é a prova final de que Lula foi processado, condenado e levado ao cárcere político sem que tenha cometido crime, com o claro objetivo de tirá-lo do processo eleitoral – do qual venceria em primeiro turno de acordo com todas as pesquisas de intenção de voto.

“A nomeação de Moro parece confirmar as alegações do Partido dos Trabalhadores de que as razões do juiz ter prendido Lula eram mais políticas do que judiciais. Seja isso verdade ou não, o novo emprego de Moro é apenas o exemplo mais dramático de um judiciário cada vez mais ativista que desempenha um papel político na América Latina”, definiu em artigo a revista The Economist

Antes mesmo da condenação, no entanto, a parcialidade de Moro já era flagrante Em 2014, na disputa entre a presidenta Dilma Rousseff e Aécio Neves, o juiz vazou grampos telefônicos de uma conversa da petista com o ex-presidente Lula, violando a Constituição Federal.

Pedro Guimarães

Fica difícil imaginar que a nomeação de Pedro Guimarães, ocorrida nesta  segunda-feira (7), para a presidência da Caixa Econômica Federal tenha sido totalmente isenta, já que o banqueiro é genro do empresário Leo Pinheiro, ex-executivo da empreiteira OAS e que, da noite para o dia, modificou seu depoimento para incriminar o ex-presidente Lula na ação do triplex do Guarujá.

Pinheiro foi preso através de investigações da Lava Jato sob a acusação de pagar propina a políticos em troca de favorecimentos para sua empreiteira, mas conseguiu liberdade após fechar acordo de delação premiada para incriminar Lula.

A delação dava conta de que o apartamento seria uma recompensa por Lula ter concedido benefícios para a OAS em seu governo, mas não há nenhuma prova de que o petista teria recebido, de fato, o imóvel ou que era seu proprietário. Tanto é que o apartamento, após a prisão de Lula, foi leiloado para pagar dívidas da própria OAS – o que comprovaria que a empreiteira é a verdadeira detentora do imóvel que levou o ex-presidente ao cárcere.

 

Da Redação da Agência PT de Notícias