Em entrevista ao Jornal PT Brasil, da TvPT, Rosane da Silva, secretária Nacional de Autonomia Econômica e Política de Cuidados do Ministério das Mulheres, falou sobre a Estratégia Elas Empreendem, iniciativa lançada recentemente pelo governo Lula, que objetiva promover o empreendedorismo feminino como instrumento de inclusão social e econômica e de desenvolvimento do país.
A representante do MMulheres explica que a Estratégia pretende olhar para a realidade que é o empreendedorismo feminino, tendo em vista que, no Brasil, a maioria das pessoas que têm os seus pequenos negócios é composta por mulheres, “oferecendo a essas empreendedoras a chance de ter acesso a crédito mas também contribuir para, principalmente, a educação financeira daquelas que têm o próprio negócio.” O projeto vem sendo pensado desde o começo do governo Lula, onde foram realizados vários momentos de escuta com as mulheres, principalmente as mulheres que já empreendem.
Questionada sobre qual é o público-alvo do projeto, Rosane detalha que é exatamente o conjunto das mulheres: “Todas as mulheres, tanto as que já empreendem, como também as que venham a empreender, podem acessar e ser público dessa estratégia de empreendedorismo. Não é uma proposta só para aquelas que já empreendem, mas também para as possíveis novas empreendedoras. Claro que a gente tem um recorte principalmente para as mulheres mais pobres do nosso país, e no decreto traz isso, que a iniciativa vai priorizar mulheres inscritas no CadÚnico, mas todas aquelas que quiserem empreender, ou que já têm o seu pequeno empreendimento, podem ser beneficiadas com a estratégia do empreendedorismo”, assegura.
Papel do Comitê de Empreendedorismo
Para dar seguimento aos próximos passos, foi criado o Comitê de Empreendedorismo Feminino, de caráter consultivo, que possui a finalidade de propor, monitorar, avaliar e articular a implementação da Estratégia Elas Empreendem.
“O Comitê vai construir um plano de ação onde serão estabelecidas metas e indicar aplicadores de monitoramento da estratégia, e também a própria execução dessas ações, como também articular a integração de outras iniciativas, seja do poder público mas também do poder legislativo e também do próprio setor privado e também da sociedade civil, olhando também para estados, municípios. A ideia é a gente olhar para esse conjunto de ações que já estão sendo desenvolvidas, ou que virão a ser desenvolvidas, e fazer uma integração, além também da gente propor novas ações.”
Integram o Comitê, segundo o decreto 11.994/2024, representantes dos Ministérios do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, que o coordenará, das Mulheres, da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, dos Direitos Humanos e da Cidadania, da Educação, da Igualdade Racial, do Trabalho e Emprego; e do Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica Federal, Sebrae, além de nove organizações da sociedade civil.
Parceria com a sociedade civil
“A nossa proposta é de fato que a própria sociedade civil possa construir junto com a gente todo esse processo para que essas redes de empreendedoras possam, junto do poder público, construir esse conjunto de ações para a gente expandir e fortalecer o empreendedorismo feminino no nosso país”, explica Rosane.
Além disso, o Estratégia pretende trabalhar fatores que possibilitem à empreendedora ter a autonomia e o conhecimento acerca de possíveis situações de violência, de modo que a ela obtenha autonomia e segurança para seguir adiante no projeto que ela lidera: “Nós também queremos trabalhar o recorte da importância das mulheres definirem o próprio rumo da sua vida, seja na área que ela estiver para ela possa conquistar a plena cidadania e a autonomia econômica, social e política”, argumenta.
“Para isso a gente sabe que os instrumentos, ou as políticas públicas, ou até mesmo o processo de formação, são fundamentais porque muitas vezes uma mulher até já sabe empreender, mas muitas vezes está numa situação de violência. Por esta razão, queremos aproveitar a iniciativa para ser um momento de informação para elas sobre a sua plena cidadania”, destaca.
“Então a Estratégia Elas Empreendem vai trabalhar não somente o pensar da autonomia econômica, mas também o pensar e o olhar para a autonomia social e política também”, finaliza a representante do MMulheres.
Da Redação Elas por Elas