Dez estados do Brasil registraram 3.515 casos de violência sexual em instituições de saúde entre 2014 e 2019. São 3.005 registros de estupros e 510 casos de assédio sexual, violação sexual mediante fraude, atentado violento ao pudor e importunação ofensiva ao pudor, segundo um levantamento inédito feito pelo Intercept.
Acredita-se que o número seja maior, já que não existem dados de 17 unidades federativas, e considerando que apenas 10% dos estupros são registrados no Brasil.
A pesquisa foi feita através da Lei de Acesso a Informação. O estado de São Paulo enviou dados mais detalhados que mostraram 854 registros de estupro em 15 tipos de estabelecimento, como asilos, hospitais psiquiátricos, consultórios médicos e dentários, laboratórios e postos de saúde. Existem ainda seis registros de estupro em recepções de hospitais, e 16 em CTIs e UTIs.
O estado do Amapá foi o que teve mais registros de casos de estupro em instituições de saúde, ao todo foram 1766.
Impunidade
A equipe que realizou o levantamento procurou a assessoria dos Conselhos Federais de Enfermagem, Medicina, Odontologia e Psicologia, para ter informações sobre quantas denúncias foram recebidas e se os profissionais de saúde tiveram seus registros cassados.
O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) informou que apenas seis profissionais tiveram seus registros cassados em mais de cinco anos, mas não passou o número de denúncias recebidas. O Conselho Federal de Odontologia (CFO) e o Conselho Federal de Psicologia (CFP) afirmaram que não têm esses dados, e o Conselho Federal de Medicina (CFM) não respondeu.
Da Redação da Secretaria Nacional de Mulheres do PT com informações do Intercept