O adiamento da viagem do presidente Lula à China não interrompeu a agenda de reuniões e visitas técnicas que estava marcada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) no país asiático.
Os eventos, que se iniciaram na sexta-feira (24), ocorrem até a próxima quarta-feira (29), e têm trazido resultados relevantes para a produção agrícola brasileira.
Um dos mais importantes foi o encontro com representantes da Cofco, maior empresa de alimentos da China, que compra, por ano, cerca de 33 milhões de toneladas de produtos nacionais e emprega 7,2 mil pessoas no Brasil.
Na reunião, foram iniciadas as negociações para que a companhia ajude a financiar a transformação de terras degradadas no Brasil em áreas de plantio. O projeto foi apresentado por Lula ainda na campanha eleitoral como forma de aumentar a produção sem derrubar áreas florestais.
Para concretizá-lo, o governo Lula vai lançar o novo programa ABC do Plano Safra 23/24, que terá linhas de crédito especiais para produtores que, em vez de pensar em novos desmatamentos, convertam pastagens em áreas de plantio, com uso de calcário, fertilizantes e matéria orgânica.
“O Brasil pode e deve intensificar sua produção de alimentos e suas relações comerciais com a China. E podemos fazer tudo isso de forma sustentável, sem desmatar uma árvore”, ressaltou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, que também apresentou a iniciativa em um seminário organizado nesta segunda-feira (27).
Chineses interessados
Para os chineses, colaborar com a iniciativa é vantajoso porque garante que o Brasil, um de seus maiores fornecedores de grãos, aumente sua produção nos próximos anos e atenda a crescente demanda da China.
“Nos 15 anos futuros, com o aumento da qualidade de vida do povo chinês, nossa cooperação vai se fortalecer mais. Não somente a Cofco, mas também a China precisa de mais parceria com o Brasil”, afirmou Lyu Jun, chairman da empresa, que já investe na modernização do Porto de Santos justamente para garantir o fornecimento brasileiro.
Outros resultados alcançados na agenda foram a decisão do governo chinês de liberar a compra de carne brasileira, que estava temporariamente suspensa por razões sanitárias, e a definição de várias parcerias na área de pesquisa agropecuária, que serão oficializadas quando o presidente Lula visitar a China.
Da Redação, com informações do Ministério Agricultura e do UOL