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Na contramão da economia em queda, bancos têm lucro recorde em 2019

Para agravar o quadro, a língua solta do ministro Paulo Guedes obrigou a Banco Central a torrar R$ 1 bilhão para conter nova alta do dólar

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O lucro líquido combinado dos quatro maiores bancos brasileiros cresceu 18,4% em 2019, ampliando o fosso da desigualdade no país. Os ganhos acumulados somam R$ 81,5 bilhões contra os R$ 69,1 bilhões registrados em 2018. Trata-se do maior lucro consolidado nominal (sem considerar a inflação) da história. Ao contrário do conjunto da economia em queda, os bancos conseguiram aumentar suas margens de ganhos.

O Itaú cravou o maior lucro nominal anual da história, com ganhos de R$ 26,583 bilhões, um crescimento de 6,4% em relação a 2019. O Bradesco teve lucro líquido de R$ 22,6 bilhões, significando uma alta 18,32% em comparação com 2018. O Banco do Brasil teve lucro contábil de R$ 18, 16 bilhões, com um aumento de 41,2% na comparação com 2018. E o banco Santander teve lucro de R$ 14,181 bilhões, mais 16,6%.

O lucro dos bancos está na contramão da economia real que enfrenta dificuldades para retomar o crescimento anunciado pelo governo. A indústria de transformação tem 44% de suas empresas submetidas à recessão. O setor de serviços caiu 0,4% em dezembro, segundo o IBGE, frustrando a expectativa de crescer 1,5% no ano. A sucessão de indicadores negativos também afastou os investidores externos.

Para agravar o quadro, a língua solta do ministro Paulo Guedes obrigou a Banco Central a torrar R$ 1 bilhão para conter nova alta do dólar. Após bater  os R$ 4,383, a cotação da moeda americana cedeu após intervenção do BC e fechou em queda de 0,45%, a R$ 4,332. O jornal Valor destaca que é a segunda vez que o BC é obrigado a intervir por conta de declarações do ministro.

Por PT no Senado