Antes de partir para Bogotá, na Colômbia, o presidente Lula se reuniu, nesta terça-feira (16), com líderes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em conferência virtual extraordinária, no Palácio do Planalto, para tratar da recente crise entre Equador e México. Lula pregou a união dos povos latino-americanos, lembrou do histórico de colonialismo na América Latina e apelou para que os países resolvam as diferenças de maneira pacífica.
“Somos uma região plural. Continuaremos a ter diferenças de visões e opiniões, mas temos, sobretudo, o compromisso de resolvê-las com base no diálogo e na diplomacia”, lembrou Lula. “Nossa região já foi vítima do colonialismo e da ação unilateral das grandes potências. Não queremos isso para nossos povos”, acrescentou.
Durante a reunião, o presidente também condenou duramente o ataque à Embaixada do México em Quito, no início do mês, e pediu às autoridades equatorianas que formalizem um pedido de desculpas. “A gravidade da situação nos impõe o dever de expressar claramente o inequívoco repúdio da região ao ocorrido”, defendeu.
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Violação internacional
Em 5 de abril, um grupo de policiais equatorianos invadiu a Embaixada mexicana em Quito e prendeu o ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas, levando o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, a romper relações diplomáticas com o governo de Daniel Noboa.
“Absolutamente nada justifica a cena a que assistimos em Quito. Nosso desafio agora é encontrar caminhos para a reconstrução da confiança e do diálogo. Precisamos olhar para frente e buscar formas para superar esta crise”, declarou Lula aos presidentes da Celac.
À época, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) já havia condenado a invasão à embaixada “nos mais firmes termos”. “A ação constitui clara violação à Convenção Americana sobre Asilo Diplomático e à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas”, denunciou o Itamaraty, por meio de nota.
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Lula embarca hoje para a Colômbia, onde vai se reunir com o presidente Gustavo Petro e com empresários locais. Na pauta dos mandatários: o incremento do comércio entre os dois países e as eleições venezuelanas, previstas para 28 de julho.
América Latina e Caribe
A Celac foi criada, em 23 de fevereiro de 2010, para ampliar o diálogo e adensar as relações entre os países da América Latina e do Caribe. Atualmente, o bloco é constituído por 33 membros. Sua primeira reunião ocorreu em 2011, em Caracas, na Venezuela.
Em 2020, Ernesto Araújo, então ministro das Relações Exteriores de Jair Bolsonaro (PL), anunciou a saída do Brasil da Celac. Com a eleição do presidente Lula, em 2022, e a consequente reorientação da política externa brasileira, o país regressou à organização.
Da Redação, com BBC Brasil, Uol, Planalto