Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego, discursou na quarta-feira (12), representando o governo brasileiro na 112ª Conferência Internacional do Trabalho (CIT), em Genebra, na Suíça. Na oportunidade, o ministro defendeu a taxação de grandes fortunas como uma política mundial de promoção de justiça social. Ele também falou sobre mudanças climáticas, a tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul, combate às desigualdades e a promoção do diálogo através das entidades representativas da sociedade, como sindicatos e associações.
Marinho lembrou que o presidente Lula sancionou a lei sobre a taxação de fundos exclusivos no final do ano passado, reforçando o acerto da medida. “Como resultado, tivemos, nos primeiros meses do ano, a melhor arrecadação desde o ano 2000. Mas entendemos que é preciso mais: temos de taxar globalmente as grandes fortunas”, defendeu o ministro.
“Sem isso, não será possível acabar com a miséria e a fome no mundo. O governo brasileiro entende que enquanto houver desigualdade em qualquer lugar do mundo, não haverá justiça social”, argumentou.
O ministro apresentou também proposta para regularização do trabalho por aplicativos. Marinho destacou que este projeto deve ser votado este ano, no Brasil e que “visa a proteção e remuneração justas com jornada de trabalho digna para motoristas com base no binômio autonomia com direitos”.
Ele lembrou, ainda, que “é necessário que as normas respondam a um mundo em transformação”, ao mencionar a necessidade de esforços para lidar com situações de trabalho forçado.
Igualdade salarial
Com extensa agenda de trabalho em Genebra, Marinho encontrou-se com a ministra do Trabalho e Previdência do Paraguai, Mônica Recalde, na sede da OIT. Os dois conversaram sobre a necessidade de que sejam adotadas politicas públicas que promovam a igualdade salarial, além da cooperação técnica na área de fiscalização do trabalho. Na ocasião, o ministro formalizou convite à ministra para participar do Encontro dos Ministros do Trabalho do G-20, em julho próximo, em Fortaleza, Ceará.
Ainda no final da manhã, antes do seu discurso na Conferência, o ministro esteve em reunião com o diretor da OIT no Brasil, Vinicius Pinheiros, e a subdiretora geral e diretora regional para a América Latina e Caribe, Ana Virginia Moreira Gomes. Em pauta, projetos em parceria para ajudar na recuperação do Rio Grande do Sul. Luiz Marinho conversou, também, com a vice ministra do Trabalho do Canadá, Sandra Hassan, sobre parcerias entre os dois países na área trabalhista.
Em encontro com a secretária de Estado do Ministério do Trabalho da Alemanha, Lillian Tschan, o ministro Marinho tratou de temas como transição energértica, inteligência artificial, economia do cuidado, trabalho decente e, claro, o apoio do governo alemão à proposta de taxação de grandes fortunas.
Ele encerrou a agenda no evento “Diálogo Social Tripartite Global”, promovido por entidades dos trabalhadores do setor financeiro para o debate sobre impactos das transformações tecnológicas e da inteligência artificial no mercado de trabalho no setor financeiro.
G7
Sobre a taxação de grandes fortunas, Marinho antecipou à agenda do presidente Lula no Fórum Inaugural da Coalizão para Justiça Social da OIT, que ocorre nesta quinta-feira (13), na mesma cidade. O assunto permanecerá no centro da agenda na região de Puglia, na Itália, onde o mandatário brasileiro participará da reunião do G-7 como convidado.
Além da taxação dos super-ricos, Lula falará aos chefes de Estado de Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido sobre questões como a defesa da democracia contra o avanço da extrema direita no mundo e o combate às desigualdades sociais no mundo.
Da Redação, com Ministério do Trabalho