Partido dos Trabalhadores

71% dos reconhecimentos errados incriminaram negros e pobres

Levantamento da Folha de São Paulo analisou casos de inocentes encarcerados no país; pesquisa destaca ainda que 60% dos inocentes presos eram negros

PT Nacional

Pesquisa revela falhas em reconhecimento e aponta prisões injustas de negros e pobres no Brasil

Uma pesquisa realizada pela Folha de São Paulo revela a massacrante realidade da violência contra o povo negro do país, que possui um sistema carcerário com a terceira maior população do mundo. O levantamento constatou que 71% dos reconhecimentos errados de pessoas encarceradas no Brasil incriminam negros e pobres.

Nos últimos 12 meses, cem pessoas presas injustamente foram entrevistadas, sendo 42 vítimas afirmando indução das autoridades no apontamento do suspeito escolhido. Muitas delas tiveram suas vidas interrompidas por até duas décadas, sem reconhecimento oficial de erros ou pedido de desculpas, segundo o estudo.

O levantamento, divulgado nesta quarta-feira, 26, destaca ainda que 60% dos inocentes presos eram negros. No caso de reconhecimentos incorretos e de prisões injustas contra negros, o percentual sobe para 71%.

Principais falhas

Após análises de processos e entrevistas, que correspondem a 84% dos casos de injustiças, três principais falhas foram descobertas: procedimentos de reconhecimento feitos ao arrepio da lei, pessoas presas no lugar de outras por erro de identificação e prisões baseadas só nas palavras de policiais e sem investigação.

Para o secretário Nacional de Combate ao Racismo do PT, Martvs Chagas, a pesquisa aborda um tema que é recorrente nas estatísticas sobre segurança pública no Brasil.

“A população negra é a maioria da massa carcerária do país e há um ditado racista que desnuda essa situação quando diz que negro parado é ladrão e correndo é bandido. Essa máxima integra o pensamento da maioria da elite brasileira, que consegue externar essa visão para a maioria das pessoas, inclusive as mais pobres. É urgente uma revisão dos sistemas de segurança pública onde a investigação, o uso de aparatos de inteligência e a capacitação para a diversidade auxilie na mudança desse cenário, ressalta Martvs.

Avanços contra o racismo

No dia 9 de janeiro de 2003, no primeiro mês de governo do ex-presidente Lula, ele assinou a Lei 10.639/2003, que incluiu o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra”.

Em 2011, a presidenta Dilma Rousseff sancionou a Lei nº 12.519, que tornou o dia 20 de novembro uma data oficial do país como o Dia da Consciência Negra.

Conheça, abaixo, algumas das principais ações realizadas em prol da Consciência Negra, além da instauração do feriado, realizadas pelos governos do Brasil nos últimos 13 anos.

Da Redação, com informações do Instituto Lula e da Folha de S. Paulo