Partido dos Trabalhadores

Ninguém mais duvida do conluio entre Moro e Dallagnol, afirma Pimenta

Revelações publicadas por Reinaldo Azevedo nesta segunda(15) mostram que ex-juiz e procurador discutiram o uso de dinheiro público para vídeo de promoção pessoal

Reprodução

Sérgio Moro (esq.) e Deltan Dallagnol (dir.)

O Líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), afirmou na noite desta segunda-feira (15) que não existe ninguém mais no planeta que vai ter coragem de dizer que não houve um conluio explícito entre acusação (procurador Deltan Dallagnol) e o juiz (Sérgio Moro) na operação Lava Jato.

As afirmações foram feitas após o jornalista Reinaldo Azevedo divulgar, em seu programa na rádio Bandnews, um novo diálogo entre Dallagnol e Moro, obtidos pelo site The Intercept Brasil, no qual o procurador chamou o então juiz para uma reunião a fim de tratar das novas fases da operação, inclusive com a presença da Polícia Federal.

E não foi só o escândalo da reunião ilegal e imoral entre juiz, procurador e PF para definir rumos da Lava Jato que Azevedo divulgou hoje. O jornalista também revelou conversas entre Dallagnol e Moro, nas quais o procurador pede recursos – R$ 38 mil – da 13º vara para pagar publicidade das medidas de “combate à corrupção”.

Falta de vergonha

Paulo Pimenta destacou no Twitter que “os caras” usaram (ou tentaram usar) dinheiro público de uma vara judicial para fazer propaganda de um projeto político. “Dallagnol e Moro não tiveram nenhuma vergonha de tratar disso!”, protestou o líder petista.

Um fato curioso, segundo Pimenta, é que Dallagnol já tinha acertado com a Globo a veiculação da propaganda das chamadas 10 medidas de combate à corrupção, “aquele projeto fascista que deixaria até Hitler com vergonha”. O líder do PT ainda frisou que a tratativa configura corrupção ativa e passiva.

Na mesma linha, o deputado José Guimarães (PT-CE) indagou em sua conta no Twitter se ainda tem gente em dúvida sobre os métodos utilizados por Deltan e Moro na Lava Jato. “O Brasil espera que o Supremo Tribunal Federal ponha fim a esse conluio que comprometeu a lisura nas investigações”, cobrou.

Em sua rede social, o deputado Leonardo Monteiro (PT-MG) também condenou as armações na Lava Jato. “Mais uma vez está confirmado que Sérgio Moro é o verdadeiro coordenador da Lava Jato, incluindo instruções para a Polícia Federal. Não existe imparcialidade”, protestou. Em outra publicação, o deputado afirma que a reunião entre juiz, procurador e PF “evidencia a completa ausência de imparcialidade” de Moro. “O ex-presidente Lula não teve direito de um julgamento como descreve a lei”, protestou.

Uso ilegal do dinheiro público

Para Rogério Correia (PT-MG), as novas denúncias são gravíssimas. “Dallagnol pediu dinheiro público e Moro aceitou, isso é uma ilegalidade. É uso de dinheiro público para propaganda!”, criticou o parlamentar em sua rede social.

‏O deputado Airton Faleiro (PT-PA) também destacou a ilegalidade do uso dos recursos públicos do Judiciário ou que estavam sob a guarda dele (Moro), para pagar empresa privada por execução de vídeo de propaganda. “Isto é ilegal, imoral e criminoso. É desvio, é corrupção!”, afirmou.

O deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) afirmou que “Moro não somente coordenou a Lava Jato, como participou de reuniões com a PF para organizar operações. “Como pode um juiz se reunir com a acusação? Que independência do juiz é essa? Moro e Dallagnol devem ser afastados e investigados imediatamente!”, disse. Sobre o uso do dinheiro público para propaganda, Alencar foi taxativo: “Isso é inadmissível: Dallagnol pedindo dinheiro público para o Moro. Propina. Investigação, já!”, pediu.

Também manifestaram sobre o assunto em suas redes para protestar contra o conluio Moro e Dallagnol os parlamentares petistas: Afonso Florence (BA), Alexandre Padilha (SP), Carlos Veras (PE), Helder Salomão (ES), Henrique Fontana (RS), João Daniel (SE), Maria do Rosário (RS), Margarida Salomão (MG), Odair Cunha (MG), Paulão (AL), Paulo Guedes (MG), Paulo Teixeira (SP), Reginaldo Lopes (MG), Zé Carlos (MA) e Zeca Dirceu (PR).

Por PT na Câmara