Partido dos Trabalhadores

“Nísia, fica!”, assegura presidente Lula no encerramento da 17ª Conferência Nacional da Saúde

Confirmação coloca fim a rumores sobre possível saída da Ministra, primeira mulher a ocupar o cargo

Ricardo Stuckert

A manutenção da ex-presidenta da Fiocruz no Ministério da Saúde é mais uma prova do compromisso do governo Lula em apoiar e valorizar as mulheres

Após anos sob a gestão de um governo negacionista, e sempre com um homem no comando, pela primeira vez o Ministério da Saúde é liderado por uma mulher. Nísia Trindade já foi presidenta da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e possui trajetória de respeito como servidora do SUS, e teve papel de destaque no enfrentamento às fake news, disseminadas pelo governo genocida durante a pandemia de Covid-19. 

Após semanas de especulações na imprensa sobre um possível pedido de troca do Ministério pela oposição, ontem (5), durante o encerramento da 17ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), o presidente Lula assegurou a permanência da ministra da Saúde no comando da pasta, parabenizando-a pelo trabalho desenvolvido nesses primeiros seis meses de gestão, Lula disse:

“Na semana passada eu liguei para a Nísia. Eu tinha visto uma pequena nota no jornal, que tinha alguém reivindicando o Ministério da Saúde, e eu fiz questão de ligar para a Nísia porque eu ia viajar para fora do Brasil: eu disse, ‘Nísia, vá dormir e acorde tranquila porque o Ministério da Saúde é do Lula, foi escolhido por mim e ficará até quando eu quiser’. 

O presidente ainda acrescentou: “Eu tive muita sorte com os meus ministros da saúde, todos eles foram extraordinários, mas precisou uma mulher para fazer mais e fazer melhor do que todos nós fomos capazes de fazer.”

No final de junho, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, já havia afirmado que o Ministério da Saúde não pertence a nenhuma cota partidária, mas, sim, é uma escolha pessoal do presidente: “Desde o começo, o presidente Lula tomou uma decisão sobre o Ministério da Saúde, sobretudo depois de toda a situação na pandemia, pela importância do tema da saúde, de querer indicar para o Ministério da Saúde um quadro da saúde pública. Escolheu uma mulher [Nísia Trindade], a primeira mulher que ocupa o Ministério da Saúde, escolheu a ex-presidente da Fiocruz, por todo o papel que ela teve durante a pandemia”, disse.

Além do apoio do próprio presidente, a ministra, durante a abertura da 17ª CNS recebeu manifestações de apoio do público presente. 

A manutenção da ex-presidenta da Fiocruz é mais uma prova do compromisso do governo Lula em apoiar e valorizar as mulheres. Até hoje, esta é a gestão que mais colocou elas em postos de liderança na Esplanada: são 11 ministras. 

Tradicionalmente, o Ministério da Saúde sempre foi destinado a um homem. E este gesto, de ter uma mulher sob o comando das políticas públicas e programas sociais, evidencia o comprometimento federal com a ciência, o servidor da área, a população e os movimentos sociais. Além disso, é necessário assegurar à sociedade que os tempos obscuros e negacionistas ficaram para trás. 

Em discurso durante o encerramento da Conferência, Nísia destacou a força popular e dos movimentos sociais organizados que movem o SUS: “Quero agradecer ao presidente Lula, que diariamente pergunta como está o SUS. Essa Conferência é um ato de retomada e de muito trabalho com teses que foram discutidas em cada município, estado. É a força do SUS, dos gestores, do movimento social, e social. É com essa força que vamos movimentar o SUS para estar junto daqueles que mais precisam. A nossa agenda é pela inclusão e pelo desenvolvimento do Brasil. Não há SUS sem equidade, sem respeito às diferenças do nosso povo.”

“Essa 17ª Conferência Nacional da Saúde não pode simplesmente terminar e simplesmente a gente voltar para casa. A gente conseguiu derrotar um candidato a presidente, mas o fascismo está solto nas ruas desse país e nós precisamos derrotá-lo. Nós precisamos derrotar o ódio, a fake news, a mentira, a pobreza,. Ao invés de ódio, nós queremos o amor, ao invés de guerra, nós queremos paz, ao invés de preconceito nós queremos fraternidade e solidariedade entre homens e mulheres neste país”, encerrou o presidente. 

Da Redação do Elas por Elas, com informações da Agência Brasil e da Fiocruz