Num café da manhã com jornalistas nesta quinta, dia 25 , o presidente Jair Bolsonaro fez uma fala machista e lgbtfóbica de incentivo ao turismo sexual no país, ao dizer que “o Brasil não pode ser um país do mundo gay, de turismo gay. Temos famílias” e que “quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade.”
Além dessas declarações o presidente também vetou a propaganda publicitária do Banco do Brasil que tratava da diversidade trazendo jovens negros/negras e jovens tatuados e hoje em reunião com várias agências publicitárias o planalto passa a proibir o uso de termos e expressões do vocabulário e cultura LGBT em suas propagandas de empresas estatais.
O Brasil é um país de grandes belezas naturais e com uma grande diversidade humana e cultural, incluindo a cultura LGBT, cuja Parada de São Paulo conquistou grande notoriedade no mundo, além do Rio de Janeiro que recebe milhares de LGBT, não só por suas belezas naturais e festejos cuturais, mas pela segurança que se conquistou para esta população com o Programa Rio sem Homofobia, hoje desmontado pelo governo do estado.
É importante dizer que casais LGBT também formam famílias e ou são oriundos/as de famílias e a frase do presidente mais uma vez marginaliza o afeto e a existência desta população, que conquistou o reconhecimento ao direito a parentalidade há menos de 10 anos.
Bem como esta fala representa uma das faces mais perversas do machismo, que objetifica e desumaniza as mulheres e coloca o Brasil como primeiro país da América Latina e Caribe em exploração sexual, principalmente de meninas menores de 18 anos.
No Brasil, em 2015, cerca de 3 mil sites foram identificados vendendo turismo sexual, dentre estes, 124 tratavam de pornografia infantil. E segundo a EMBRATUR, ocorre exploração sexual de crianças e adolescentes em quase 17% dos municípios de todo país, o que representa 937 dos 5.561 municípios. Ressalta-se também que cruzam o país ao menos 110 rotas internas e 131 rotas internacionais relacionadas ao tráfico de mulheres e adolescentes com menos de 18 anos para fins de exploração sexual.
Um governo deve prezar pela dignidade humana e a proteção de seu povo acima do lucro não permitindo a desumanização e exploração sexual das meninas e mulheres, de modo que segundo a ONU o tráfico de seres humanos para exploração sexual movimenta cerca de U$ 9 bilhões no mundo e só perde em rentabilidade para a indústria das armas e do narcotráfico.
Com o índice de que a cada hora, 228 crianças, principalmente meninas, são exploradas sexualmente em países da América Latina e do Caribe, este é um problema que deve ser fortemente combatido e não incentivado pelo governo, como é explicitado no fala do presidente.
Assim, repudiamos veementemente as falas e ações do governo Bolsonaro que sinalizam para um regime perverso que venha a aprofunda ainda mais as violências e violações de direitos, principalmente contra mulheres, jovens, negras e negros e LGBT.
Secretaria Nacional LGBT e Secretaria Nacional de Mulheres