Ao excluir um representante do ex-presidente Lula da sabatina de hoje (4) com os pré-candidatos à Presidência da República, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) deixou de conhecer as ideias e propostas de quem reúne as melhores condições de pacificar o país e retomar o caminho do desenvolvimento.
O governo Lula promoveu o mais longo e estável período de crescimento econômico da história, ao longo do qual o PIB cresceu constantemente. Nenhum governo investiu tanto no financiamento e modernização da indústria, na competitividade e na abertura de mercados internacionais.
O setor industrial brasileiro conhece Lula e sabe do que ele é capaz, principalmente em situações de crise, como aquela que o mundo enfrentou em 2008 e que superamos por meio do diálogo entre o governo e os representantes empresariais.
É dessa experiência, dessa capacidade de diálogo e desse compromisso que o Brasil precisa, especialmente neste dia em que o IBGE anuncia uma retração de 10,4% na produção industrial do país.
Foi uma grande decepção, portanto, saber que a CNI realizou sua tradicional sabatina com os pré-candidatos sem ter convidado o PT a designar um representante daquele que lidera todas as pesquisas. Temos sido convidados por outras organizações nacionais e contribuído para o debate por meio de cartas do Lula e do programa de governo.
Não há qualquer razão de ordem legal para excluir Lula de debates ou sabatinas. A candidatura do ex-presidente será registrada pelo PT no dia 15 de agosto e somente uma decisão posterior da Justiça Eleitoral, se provocada, poderá levantar a hipótese de inelegibilidade. Até lá, ele é pré-candidato como qualquer de seus adversários e tem o direito de expor suas ideias.
Gleisi Hoffmann, Presidenta Nacional do PT