A truculenta reação do chanceler golpista, Aloysio Nunes Ferreira, à manifestação de seis importantes e representativos ex-chefes de estado e de governo europeus, pelo direito de Lula ser candidato, expõe o nível rasteiro a que foi rebaixada a diplomacia brasileira desde que passou a ser comandada por José Serra e seu atual sucessor.
Com sua habitual grosseria, Nunes Ferreira ofendeu líderes de uma estatura política que ele jamais teve ou terá: François Hollande, ex-presidente da República Francesa, Massimo D’Alema, Romano Prodi e Enrico Letta, ex-presidentes do Conselho de ministros da República Italiana, José Luiz Rodriguez Zapatero, ex-presidente do Governo da Espanha, e Elio di Rupo, ex-primeiro ministro da Bélgica.
São líderes que conheceram Lula pessoalmente e participaram com ele dos mais importantes diálogos internacionais, dos quais o Brasil encontra-se hoje excluído por exercer uma política externa mesquinha e caninamente submissa ao Departamento de Estado dos Estados Unidos.
O manifesto que assinaram diz o óbvio: a prisão de Lula é apressada e questionável, assim como impeachment de Dilma, “cuja integridade nunca foi questionada, já era uma preocupação séria.” Solicitam respeitosamente que o presidente Lula possa se submeter livremente ao sufrágio do povo brasileiro.
A solidariedade a Lula, por parte de lideranças tão representativas, reflete um período em que o Brasil tornou-se um país respeitado por suas políticas de crescimento com inclusão social. Um tempo em que promovemos a integração latino-americana, a cooperação com a África, a solidariedade com os países mais pobres, o diálogo pela paz e pela amizade entre os povos.
O governo golpista, com sua política externa vira-latas, que abana o rabo para os Estados Unidos e morde os divergentes como um cão raivoso, está transformando o Brasil num pária entre as nações.
Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores