A jornada 2024 do Nova Primavera teve live de lançamento na noite de terça-feira, 26, que reuniu várias lideranças do partido envolvidas no projeto, executado pela Fundação Perseu Abramo (FPA) e pela Secretaria Nacional de Formação do PT. O foco este ano é na formação de mobilizadores que atuam nos territórios, no trabalho de base para as eleições municipais e para além delas.
“Precisamos de ter milhares de militantes com capacidade de organização e mobilização para nosso partido ser uma grande referência, e tudo requer um pouco de ciência e de reconhecimento. As conquistas do nosso governo têm capacidade de produzir movimentos sociais fortes”, afirmou o presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamoto, ao destacar o potencial que o Nova Primavera tem de estruturar e fortalecer o trabalho de base.
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann parabenizou toda a equipe envolvida na organização e destacou que um sistema nacional de formação política é fundamental.
“Precisamos do fortalecimento do partido na base, o que traz para o Nova Primavera o desafio de fazer isso com formação e organização em seu alicerce”, disse Gleisi, ao comentar que não é só o trabalho institucional que irá garantir as transformações que o Brasil tanto precisa.
“Temos que investir na formação política e também na organização de base junto com os movimentos sociais e populares, para fortalecer cada vez mais as nossas ideias junto ao povo brasileiro”, sintetizou.
Formação permanente é a nossa alma, diz Maria do Rosário
Em 2021, quando foi criado, o Nova Primavera visou preparar a campanha do presidente Lula, lembrou a deputada Maria do Rosário (RS), secretária nacional de Formação e Educação Política do PT.
“A nossa força está na nossa militância e no nosso povo, no mais longínquo território temos alguém que sustenta e carrega nossa bandeira, que faz a força que chega até o presidente Lula, que tão bem nos apresenta na presidência da República”, ressaltou, na abertura da live.
“A formação política que o PT faz de forma permanente é a nossa alma, ela se alimenta da nossa força, é Paulo Freire, é Florestan Fernandes, é Marilena Chauí”, exaltou.
Em sua fala, a secretária de Finanças e Planejamento do PT, Gleide Andrade, apontou que o PT só sobreviveu a tudo o que viveu porque é um partido gigante.
“É um partido que existe em mais de quatro mil municípios e que historicamente investiu muito na formação política. Precisamos ter cada vez mais quadros políticos e pessoas que conheçam bem a história do nosso partido e do país. Quanto mais formação, mais forte será o PT. Partido forte é partido que tem militância consciente e politizada”, ressaltou.
Trabalho de base para conter a extrema direita
O PT tem o desafio, segundo Maria do Rosário, de fazer o trabalho de base diante de uma extrema direita que nunca parou de tentar avançar nos territórios e nos espaços políticos, impedindo a democracia, a liberdade e a alegria do povo. “As pessoas unidas desenvolvem a consciência e transformam a realidade”, apontou.
O jogo pesado da extrema direita, segundo Gleisi Hoffmann, mostra que ela está organizada nos territórios e na base da sociedade. “Não podemos brincar com essa gente, eles são uma verdadeira ameaça à nossa democracia. Precisamos estar atentos e fortes para fazer esse enfrentamento”, assinalou.
Compromissos para além da eleição
O Nova Primavera chegou em 2023 alcançando 10 mil pessoas com muitos comitês, inclusive em outros países como Espanha, Portugal, segundo a vice-presidenta da FPA e diretora da Escola Nacional de Formação do PT, Vivian Farias.
“Estamos começando um processo não só sobre política, mas de construção de afeto, acolhimento e de construção coletiva”, informou ela, discorrendo sobre a estratégia de construir laços que não terminam com o processo eleitoral.
“Precisamos transformar a base eleitoral do presidente Lula em base social organizada, transformar os votos em militância”, destacou.
Com novo formato, foco nos territórios e na importância do trabalho das bases sociais, a jornada de formação visa fortalecer a capacitação e engajamento político, com encontros regionais e nacionais, e oficinas.
As inscrições para o Nova Primavera estão abertas até 29 de março e a jornada não se limita apenas a militantes partidários e acolhe simpatizantes, integrantes de movimentos sociais, candidatos, dirigentes e participantes das edições anteriores.
Em abril começam as oficinas nacionais, seguidas por festivais, ações de cultura e oficinas territoriais em maio. O ápice da jornada será no mês de junho, com o desenvolvimento de estratégias para a disputa eleitoral e a consolidação das aprendizagens.
Da Redação